A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) afirmou, neste sábado, 17, que o retorno da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy ao PT, após nove anos fora do partido, “foi um equívoco”. Marta Suplicy será candidata a vice do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), na chapa que concorrerá à prefeitura da da capital paulista nas eleições de outubro.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/Y5YAJOSLEZOVNGJJX2ZYHRWNVI.jpg?quality=80&auth=fa65d8a9a061d87cd8bf63deab4cf5a801b36a3c47c1a1bde1e68be041925eae&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/Y5YAJOSLEZOVNGJJX2ZYHRWNVI.jpg?quality=80&auth=fa65d8a9a061d87cd8bf63deab4cf5a801b36a3c47c1a1bde1e68be041925eae&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/Y5YAJOSLEZOVNGJJX2ZYHRWNVI.jpg?quality=80&auth=fa65d8a9a061d87cd8bf63deab4cf5a801b36a3c47c1a1bde1e68be041925eae&width=1200 1322w)
Erundina participou de um encontro no Sindicato dos Professores de São Paulo, ao lado de Boulos neste sábado. Questionada pela imprensa sobre Marta, com quem tem desavenças políticas, a deputada declarou, sem se aprofundar nos motivos, achar “um equívoco a decisão do PT em relação a trazê-la de volta ao partido para torná-la candidata a vice”.
“Mas isso já está dado. Nós temos uma chapa, estamos fazendo a campanha dessa chapa, também fazendo a campanha dos candidatos a vereadores e vereadoras, disse Erundina.
“O Poder Municipal são dois Poderes. É o Legislativo e o Executivo e ambos são igualmente necessários. Precisa acontecer, senão você não governa. Se você não tem maioria e não tem o apoio popular, você não tem governabilidade.”
Marta deixou o PT em 2015, com ataques à legenda, e votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. A volta, formalizada em fevereiro, foi articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a ex-prefeita fosse vice de Boulos. O principal adversário do deputado na corrida municipal, neste momento, é o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula disse que insistiu na volta de Marta ao PT, apesar de dirigentes partidários inicialmente resistirem ao movimento, porque considerava que a ex-prefeita seria importante na chapa.
Quando deixou o PT, em 2015, Marta se disse constrangida com o “protagonismo” da legenda em “um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. No ano seguinte, Marta e Erundina disputaram a Prefeitura de São Paulo, ficando em quarto e quinto lugares, respectivamente. Naquela campanha, Erundina chamou Marta de “traidora”.
A deputada federal foi candidata a vice-prefeita de Boulos, nas eleições de 2020. A chapa avançou ao segundo turno, mas perdeu para Bruno Covas (PSDB-SP), que tinha Ricardo Nunes como vice. Nunes acabou se tornando prefeito de São Paulo, após a morte de Covas.
Erundina governou a cidade de São Paulo entre 1989 e 1993. Marta Suplicy foi prefeita de SP, entre 2001 e 2005, deputada, senadora, ministra do Turismo do Governo Lula (2007 - 2008) e ministra da Cultura da ex-presidente Dilma Rousseff. Antes de voltar ao PT, ela integrou a Secretaria de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes.