Restando duas semanas para a votação em primeiro turno, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) mantiveram uma distância regulamentar dos seus respectivos padrinhos nacionais – o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A cautela com as referências nacionais tem um horizonte comum: o segundo turno. A dobradinha age, quando pode, para atacar o governador Rodrigo Garcia (PSDB), considerado por ambos o adversário mais difícil numa segunda etapa da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Esta tática voltou a ficar evidente durante debate promovido pelo Estadão e pela Rádio Eldorado com um pool formado também por SBT, Terra, Veja e NovaBrasil FM. Em outro aspecto do encontro eleitoral, o ponto de convergência entre o petista e o tucano foi o contorcionismo retórico de ambos para usar o nome do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB).
Depois de décadas de oposição do PT a Alckmin, Haddad articulou uma narrativa que tentou colar em Garcia os “padrinhos” Gilberto Kassab (PSD) e João Doria (PSDB), enquanto Tarcísio correu por fora e se manteve distante da agenda radical bolsonarista.
Quando confrontado com o selo de afilhado de Doria, Garcia se esquivou com o argumento que, antes, não tinha a caneta na mão.
No meio da bifurcação política, Alckmin brilhou mais que os presidenciáveis ao ser disputado por Garcia e Haddad.
Ficou claro ao fim do debate que os estrategistas enxergam a disputa em São Paulo costeando o alambrado da corrida presidencial, mas os gestos precisam ser calculados. O paulista, seja de direita ou esquerda, não aceita ser coadjuvante e está mais preocupado com o quintal de casa.
Veja como foi o debate
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