BRASÍLIA – Hugo Motta (Republicanos-PB) é o primeiro presidente da Câmara dos Deputados nascido depois da ditadura militar e da Constituição de 1988. O deputado paraibano nasceu em setembro de 1989, quase um ano depois da promulgação da Carta Magna, em outubro do ano anterior.
Antes dele, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de 1970, tinha sido o incumbente mais jovem. Motta foi eleito neste sábado, 1.º, com 444 votos.
O novo presidente da Câmara chegou em Brasília de forma precoce. Exerceu o primeiro mandato de deputado federal aos 21 anos e tem, até hoje, o título de parlamentar mais jovem da história da Casa. À época, ele costumava dizer que “tomava café, almoçava e jantava política”.

Isso porque ele vem de uma tradicional família ligada à política paraibana. Seu avô, Edivaldo Motta (MDB), foi deputado federal constituinte; a avó, Francisca Motta foi prefeita de Patos (PB) por dois mandatos, reduto eleitoral do clã, e deputada estadual. O pai dele, Nabor Wanderley é o atual prefeito de Patos e exerce o quarto mandato. O avô paterno, Nabor Wanderley, também comandou a cidade, nos anos 1950.
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No segundo mandato em Brasília, Motta já virou presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em 2015 e disputou o cargo de liderança do PMDB em 2016. Essa projeção ocorreu quando ele entrou no grupo de parlamentares mais próximos do então presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A trajetória dele já chamou a atenção de parlamentares mais experientes, que dizem que, apesar da idade, ele tem possui os atributos exigidos para a função que exercerá.
Pessoas próximas dizem que ele precisará cultivar novas virtudes e precisará compreender o caráter do novo cargo. “Não vai ser mais o Huguinho da Paraíba. Vai ser o senhor presidente”, diz o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), um dos primeiros amigos que Hugo fez na Câmara.