O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à presidência da Câmara, vai a um jantar na noite desta quarta-feira, 16, com parlamentares do PT. O objetivo é avançar nas negociações para garantir o apoio do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sucessão da Casa. Segundo apurou a Coluna do Estadão/Broadcast, um dos fiadores da conversa é o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA).
Nesta terça-feira, 15, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), afirmou que a tendência da bancada é de compor com as forças políticas que levaram Lira ao poder, em uma sinalização a Motta.
Segundo relatos ouvidos pela reportagem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fiador da candidatura de Motta, tem garantido o apoio dos petistas ao líder do Republicanos e tem dito que outros partidos, como MDB, PSB e PDT, também deverão caminhar junto com Motta na eleição da Mesa Diretora, que ocorrerá em fevereiro de 2025.
Nos últimos dias, Lira aumentou a articulação para fazer Motta seu sucessor. Ele avalia que o “arcabouço” em torno da candidatura está bem arrumado e não acredita que um novo nome ainda possa surgir na disputa.
Lira conversou nesta terça-feira, 15, com o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), por ligação telefônica. Foi a primeira vez que os dois tiveram algum contato desde setembro, quando Elmar praticamente rompeu a relação entre os dois. O deputado baiano esperava receber apoio para concorrer à sucessão na Casa e ficou magoado após Lira preferir indicar Motta.
A ligação entre os dois durou menos de um minuto, segundo apurou a Coluna/Broadcast. De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, Lira perguntou se Elmar queria incluir algum projeto na pauta do plenário da Câmara. O deputado respondeu que se precisasse escreveria uma mensagem para o presidente da Câmara. O telefonema, então, foi encerrado.
O presidente da Câmara também conversou nesta terça-feira, 15, com o dirigente nacional do PSD, Gilberto Kassab, segundo parlamentares. Lira tenta convencê-lo de que o acordo entre Elmar e o líder do PSD, Antonio Brito (BA), contra a candidatura de Motta não tem viabilidade.
Lira tem avaliado a interlocutores que uma chapa governista - como Elmar e Brito tem definido sua aliança - não tem chance de vencer. O presidente da Câmara também tem reagido com ceticismo em relação à convergência entre PSD e União.
Motta negocia com o PT a 1ª Secretaria da Casa, caso seja eleito, em troca do apoio do partido Lula. Hoje, os petistas ocupam a 2ª Secretaria, com a deputada Maria do Rosário (RS).
Elmar e Brito, contudo, ofereceram a 1ª Vice-Presidência aos petistas. “Oferece (cargo) quem pode dar. Então nós precisamos checar se quem está oferecendo pode entregar aquilo que oferece”, minimizou Odair nesta terça-feira.
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