Bolsonaro, indiciado, apresenta nova justificativa para sua derrota eleitoral; saiba qual

Ex-presidente que colocou em dúvida o processo eleitoral brasileiro, sem provas e mesmo antes de tentar a reeleição em 2022, agora acusa TSE de ‘pesar na balança’ para Lula

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Foto do author Karina Ferreira

Derrotado nas urnas em 2022 e indiciado nesta quinta-feira, 21, por planejar um golpe de Estado para se manter no poder, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem uma nova justificativa para o resultado das eleições daquele ano, acusando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de beneficiar seu adversário.

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Em entrevista na segunda-feira, 25, o ex-presidente, que reiteradas vezes colocou em xeque a lisura do processo eleitoral brasileiro – sem apresentar nenhuma prova disso – diz agora que o TSE “pesou na balança” para o Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Uma coisa pesou, e muito, nessa balança. Quando o TSE resolveu fazer uma campanha, gastou dinheiro com isso, para que jovens de 16 e 17 anos tirassem o título eleitoral”, argumentou.

Após ser indiciado por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) desembarcou em Brasília na noite desta segunda-feira, 25, para se reunir com seus advogados. Foto: Wilton Junior/Estadão

Para o ex-presidente agora indiciado, a campanha teria feito com que mais eleitores com propensão a votar na esquerda “desequilibrassem” o resultado eleitoral, do qual Lula saiu eleito com pouco mais de 2,1 milhões de votos de diferença.

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“E essa garotada, em especial aquelas que foram tirar o título de última hora, que são as que têm menos informações, três quartos votam no PT, na esquerda. Ou seja, um pouco mais de quatro milhões de jovens tiraram o título de eleitor. Só aí, três milhões para o Lula, um milhão para mim. Eu estou sendo até... me beneficiando, porque acho que esse percentual é até maior para o lado de lá”, disse Bolsonaro aos jornalistas.

O novo raciocínio marca uma virada nos argumentos usados pelo ex-presidente para justificar sua derrota, que até então era atrelada sem provas a fraude eleitoral – desmentida com evidências em diversas ocasiões pela Justiça Eleitoral. “Obviamente isso pesou na balança. Não estamos aqui falando de fraude eleitoral, de jeito nenhum”, recuou Bolsonaro.

O ex-presidente tem tentado se defender das acusações de que ele liderou uma organização criminosa para se manter no poder após perder as eleições de 2022, tese apontada no relatório final da investigação da Polícia Federal (PF) entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira, 25.

Bolsonaro e os outros 36 indiciados, caso virem réus, vão responder pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta e Estado democrático de Direito e organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 28 anos de prisão pelos crimes citados.

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