Não existe, pelo que se vê no registro dos fatos, nenhum tipo de indecência que os governos Lula, ora em sua terceira encarnação, não sejam capazes de praticar. Já entregaram refugiados políticos para a ditadura de Cuba. Já pagaram mesadas para os deputados. Já roubaram mais que ninguém, no Brasil e no mundo. A ladroagem desesperada dos seus dois primeiros períodos à frente do País, mais o flagelo de Dilma Rousseff, entraram para a História universal como o maior episódio de corrupção serial que a humanidade já experimentou. Agora, com as enchentes no Rio Grande do Sul, Lula sobe mais uma barra. Diante da pior tragédia humana que o Brasil já viveu em sua história recente, só mostrou até agora uma preocupação: usar a desgraça para ver se consegue tirar proveito político pessoal.
Depois de rir durante uma reunião pública sobre a tragédia, de estranhar que há negros no Rio Grande do Sul (“não é possível”, espantou-se ele) e de exibir outros traços do seu permanente descaso por tudo que não seja ele próprio, o presidente entrou em seu procedimento-padrão. Desandou a fazer comícios. Aproveitou a fala em que fazia promessas de verba para dizer que vai ser candidatado em mais “dez eleições”. Criou um “Ministério Extraordinário” para, segundo dizem, lidar com o desastre. É propaganda em estado bruto. A nova repartição foi entregue ao atual secretário da Comunicação, ou Ministério das Verbas Para a Mídia – que vai anunciar todos os dias, e ser levado perfeitamente a sério pelos comunicadores amigos, a excelência imaginária do governo federal na ajuda aos gaúchos. Ele é, também, candidato a governador.
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O Ministério Extraordinário deveria trazer resultados igualmente extraordinários; o tempo e as realidades vão mostrar se trouxe ou não trouxe. O que se tem, por enquanto, é a perpétua obsessão de Lula em procurar nos lugares errados a explicação para os seus fracassos. Ele está convencido, nesse caso das enchentes, que o grande problema é a falha na “comunicação” – os gaúchos não estão entendendo bem a alta qualidade dos socorros que o governo Lula oferece a eles. Não lhe ocorre, em nenhuma hipótese, que isso possa ser devido à incompetência federal; é tudo uma questão de se “comunicar” e, portanto, tem de ser tratada pelo ministro da propaganda.
Há, por cima de tudo, a flagrante trapaça de sustentar que o governo está mostrando a sua generosidade, eficácia e sabedoria pelo fato de anunciar verbas. É falso. Cada tostão que eventualmente chegar aos gaúchos é dinheiro do povo brasileiro, pago através dos impostos que são tirados a cada minuto do seu bolso. Devolver é obrigação, e não caridade estatal.
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