Bolsonaro deve recorrer a aliados de Trump diante de eventual denúncia da PGR

Aliados do ex-presidente buscam apoio externo e articulam aproximação com o presidente norte-americano enquanto aguardam a denúncia da PGR ao STF, apostando em pressão internacional para fortalecer narrativa política

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Foto do author Adriana Victorino

O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está se articulando com aliados do chefe do Executivo norte-americano, Donald Trump, enquanto aguarda a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o político brasileiro.

No último sábado, 15, o ex-presidente atacou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante uma live, acusando a Corte de ter recebido apoio financeiro do exterior para fazer campanhas voltadas aos jovens de 16 anos, incentivando-os a tirar o título de eleitor. “Eles [TSE] fizeram uma campanha, aí sim, pode ter dinheiro de fora [...] Só aí, o TSE arranjou dois milhões de votos para o Lula”, disse Bolsonaro, sem apresentar provas.

Donald Trump e Jair Bolsonaro: bolsonaristas apostam na articulação estrangeira para a discussão política nacional. Foto: Alan Santos/PR

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A declaração, no entanto, surpreendeu a equipe jurídica do ex-presidente, conforme publicado pela colunista Raquel Landim, do UOL. A estratégia de parte do entorno de Bolsonaro, encabeçada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, seria conseguir um aceno de Trump, a depender do teor da denúncia feita pela PGR.

Como mostrou o Estadão, bolsonaristas apostam na articulação estrangeira para a discussão política nacional. Eduardo Bolsonaro chegou a afirmar que é mais importante estar nos Estados Unidos se reunindo com aliados do presidente americano Donald Trump do que “batendo ponto” em Brasília.

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O movimento, no entanto, gerou discordâncias internas, conforme apontou a coluna do UOL. A equipe jurídica do ex-presidente, comandada pelo advogado Celso Vilardi, está preocupada com esse posicionamento, uma vez que pretende adotar uma estratégia de pacificação com o STF e não acredita que os ministros da Corte brasileira possam ser influenciados por pressões externas. Procurado, Vilardi não retornou o contato até a publicação desta matéria.

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