Bolsonaro diz ter sido convidado para posse de Trump e pede devolução do passaporte ao STF

Jair Bolsonaro está com o documento retido desde fevereiro de 2024, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, e depende de aval do STF para viajar aos Estados Unidos

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Foto do author Juliano  Galisi

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter recebido um convite para acompanhar a posse de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos que reassumirá o cargo que ocupou entre 2017 e 2020 no próximo dia 20. O ex-presidente, porém, está com o passaporte retido desde 8 de fevereiro de 2024, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal para investigar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Em publicação no X (antigo Twitter), Bolsonaro agradeceu seu filho “03″, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), pelo “excelente trabalho nesta relação com a família do presidente Donald Trump” e afirmou que, para comparecer à posse, pediu a devolução do passaporte ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte, porém, já negou pedidos similares da defesa de Bolsonaro.

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Em março de 2024, Bolsonaro solicitou a devolução de seu passaporte ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da tentativa de golpe, afirmando que havia sido convidado pelo primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu para visitar o país em maio. O pedido foi negado. Em recurso julgado pela Primeira Turma do STF em outubro, a retenção do documento foi mantida por unanimidade.

“Meu advogado, dr. Paulo Bueno, já encaminhou para o ministro Alexandre de Moraes pedido para eu reaver meu passaporte e assim poder atender a este honroso e importante evento histórico”, escreveu Bolsonaro no X.

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Jair Bolsonaro diz ter sido convidado para posse de Donald Trump, mas está com o passaporte retido por investigação sobre golpe de Estado após eleição de 2022; na foto, ex-presidente está ao lado de Walter Braga Netto, preso preventivamente por obstruir o inquérito Foto: Gabriela Biló/Estadão

O ex-chefe do Executivo acabou indiciado ao final das investigações sobre tentativa de golpe. Segundo a PF, enquanto presidente, Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio” de uma tentativa de reversão do resultado das urnas em 2022.

A apreensão do passaporte é uma medida cautelar para evitar que o ex-presidente fuja do País durante o andamento da instrução criminal. Bolsonaro já afirmou, em entrevistas, que se sente “perseguido” pela Justiça e não descarta o refúgio em uma embaixada.

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