O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), foi entrevistado nesta sexta-feira, 21 em evento promovido por Estadão, Rádio Eldorado e um pool de empresas (SBT, CNN, Veja, Terra e Rádio Nova Brasil).
Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que teve “que se curvar ao Parlamento”, após a criação do orçamento secreto, institucionalizado durante a sua gestão. Segundo o atual chefe do Executivo, “o orçamento não é secreto, secreto é o nome dos parlamentares”.
O presidente afirmou que gostaria de ter o controle do orçamento separado para controle dos parlamentares e que a decisão, apesar de não ter sido criada pelo Executivo, foi discutida com membros do governo como o ex-ministro da Casa Civil Luiz Eduardo Ramos e o ministro da Economia Paulo Guedes.
Realizado no estúdio do SBT, o encontro substitui um debate que ocorreria entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT), que recusou o convite. Veja como foi a entrevista.
Acompanhe ao vivo
Transmissão ao vivo encerrada.
Encerramos aqui a cobertura ao vivo da sabatina com o presidente Jair Bolsonaro (PL), promovida pelo Estadão e Rádio Eldorado. A sabatina foi realizada também com a participação de jornalistas do pool de veículos de imprensa, composto por SBT, CNN Brasil, revista Veja, portal Terra e Rádio NovaBrasil.
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Bolsonaro diz que houve ‘interesse’ do STF em em tornar Lula elegível
Após a entrevista, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou que houve interesse dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elegível para essas eleições.
“Estava empatado o placar em 2 a 2. O ministro Gilmar Mendes convenceu a ministra Carmen Lúcia a mudar seu voto porque havia interesse em torná-lo elegível. Hoje, a gente vê decisões bastante favoráveis ao outro lado”, disse o presidente
Em abril de 2021, por 8 votos a 3, o plenário do STF confirmou a decisão do ministro Edson Fachin de declarar a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR) em julgamentos de Lula. Isso fez anular as ações penais contra o ex-presidente por não se enquadrarem no contexto da operação Lava Jato. A Corte entendeu que elas deveriam ser julgadas pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Marcela Villar
Bolsonaro defende condução da economia e faz apelo à pauta moral nas considerações finais
Nas considerações finais, o presidente deu destaque à condução da política, à pauta moral e anunciou uma superlive de 22h a acontecer neste sábado, 22.
Bolsonaro falou do preço dos combustíveis, do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 e se posicionou contrário à legalização das drogas e à ideologia de gênero. Sobre a superlive, ele disse que o evento terá a participação do jogador de futebol Neymar, de pastores como Silas Malafaia e de políticos que o apoiam na candidatura, como o governador de São Paulo Romeu Zema (Novo) e o candidato ao Palácio dos Bandeirantes Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Levy Teles
Bolsonaro ‘entra no personagem’ do presidente confiante em busca da reeleição
Dentro do estúdio que recebe uma sabatina na reta final de uma campanha presidencial tensa como a atual, duas coisas são certas: o ar-condicionado vai estar à toda, assim como a tensão. A contagem regressiva de tempo anunciada no sistema de som - faltam dez minutos, cinco minutos, dois minutos... - não diminui em nada a ansiedade natural ao momento.
Contrastando com o clima, estava um Jair Bolsonaro diferente do que o cidadão se acostumou a ver nas lives, no cercadinho em Brasília ou nos comícios desta campanha pela reeleição.
O tom de voz era controladamente baixo, mesmo quando o presidente aproveitou a entrevista para criticar o Partido dos Trabalhadores do adversário Lula. No primeiro intervalo, foi cercado o tempo todo pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, e pelo coordenador de comunicação da campanha, Fabio Wajngarten, e outros membros da equipe.
Bolsonaro condiciona aceitação do resultado eleitoral à análise dos militares
Bolsonaro voltou a condicionar sua aceitação do resultado da eleição à análise dos militares. “Os militares foram convidados na defesa eleitoral, se nada for encontrado, você não tem porque duvidar”, afirmou.
O chefe do Executivo, no entanto, voltou a levantar dúvidas sobre o processo eleitoral, argumentando ter maior popularidade do que o adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sobre a reaproximação com o senador eleito Sérgio Moro (União Brasil), Bolsonaro afirmou que ambos são “o destino do Brasil” e, por este motivo, teriam deixado de lado “qualquer equívoco ou rusgas do passado”. “Não existe qualquer convite da minha parte, nem promessa sobre ele ser ministro”, declarou.
Laís Adriana
Bolsonaro: ‘Existe a possibilidade de criar mais 3 ministérios’
Questionado sobre criação de novos ministérios e distribuição de cargos, o presidente Jair Bolsonaro disse que sofreu pressões em 2019 para dividir pastas como o Ministério do Desenvolvimento Regional. “Alguns cargos cedemos sim, não vou negar para você. Por vezes, não tínhamos como indicar pessoas e não quer dizer que toda indicação de deputado e senador é uma péssima indicação.”
Segundo o chefe do Executivo, existe a possibilidade de, caso reeleito, criar três novas pastas, e citou duas como exemplo: uma com foco na Indústria, Comércio e Serviços, outra para Esportes. “Possível criação de ministério: estamos com 23 é bem menor do que os 39 que tínhamos há um tempo atrás. Há a possibilidade de criar mais 3, sim, existe”, disse. Ele citou, por exemplo, o ex-secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Jorge Seif, eleito senador por Santa Catarina, como nome cotado para assumir uma destas pastas.
Bolsonaro defende dar prioridade à educação de base e critica condução do PT no setor
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi questionado sobre cortes do governo no setor da Educação.
O assunto foi tema da série Agenda Estadão, que mostrou que o Brasil investe U$ 3,4 mil por aluno de educação básica, por ano. Já no ensino superior público, o País gasta anualmente U$ 14 mil por aluno, numa clara inversão de prioridades na educação.
Leia reportagem da Agenda Estadão na íntegra.
Bolsonaro afirmou que é preciso dar preferência à educação de base. Durante a fala, o chefe do Executivo atacou a política do PT de investimentos no ensino superior. “O PT nos deixou uma educação de péssima qualidade com o programa Paulo Freire”, afirmou. “Estamos alfabetizando as crianças, dando atenção especial à educação básica.”
Levy Teles
Bolsonaro se posiciona contra medidas de combate à fake news
Respondendo a uma pergunta da jornalista Clarissa Oliveira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se posicionou contra medidas de combate à fake news. “Da minha parte, zero criação de leis nesse sentido. Quem seria o censor do que é ou não fake news? Entendo que o melhor controle da mídia é deixar a mídia livre, para que a população decida”, argumentou.
Laís Adriana
‘Quem faz o orçamento é o Legislativo’, diz Bolsonaro sobre origem de recursos para propostas de governo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi questionado pela jornalista do portal Terra Tatiana Farah como vai cumprir promessas de campanha que não estão contempladas no Orçamento do próximo ano.
O chefe do Executivo defendeu que “quem faz o orçamento é o Legislativo, não um decreto presidencial”. Segundo ele, críticas sobre cortes de recursos para programas sociais como a Farmácia Popular seriam infundadas porque a lei orçamentária ainda não está definida. Bolsonaro argumentou que o Parlamento vai buscar alternativas para, por exemplo, garantir reajuste a servidores e aposentados. Ele usou como exemplo a PEC de bondades e o Auxílio Emergencial aprovados no Congresso como prova de que “nada é definitivo” no orçamento.
Bolsonaro: ‘Tive seis ou sete ministros militares. Chamei pessoas que estavam alinhadas a mim’
O repórter do Estadão Marcelo Godoy questionou o presidente sobre os mais de 6 mil militares no governo e sobre a proposta de reforma administrativa.
O assunto foi tema da série Agenda Estadão em reportagem sobre o inchaço do Estado brasileiro. Um dos principais entraves é enfrentar o corporativismo público para promover um corte de despesas que, acima de tudo, não prejudique ainda mais a qualidade e a quantidade dos serviços ofertados ao cidadão.
Leia reportagem da Agenda Estadão na íntegra
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que chamou pessoas que estavam alinhadas a ele. “Eu tive seis ou sete ministros militares. Eu chamei pessoas que estavam alinhadas a mim. Se é outro candidato, botaria gente alinhada a eles. Tanto é que o outro governo mergulhou em corrupção, o nosso foi diferente”. disse.
Bolsonaro defendeu que a sua gestão cortou o “inchaço” da máquina pública, que melhorou a gestão das estatais e que fez concurso apenas para postos “essenciais”, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
Segundo o chefe do Executivo, ele não pretende alterar a estabilidade dos atuais servidores públicos, mas que pode discutir a situação para os futuros.
Levy Teles