Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitaram o aumento do volume de menções online ao mandatário após sua internação em São Paulo para cobrar do Supremo Tribunal Federal (STF) medidas contra ataques direcionados ao chefe do Planalto.
Encabeçados pelos três filhos políticos do presidente — Flávio, Carlos e Eduardo —, bolsonaristas se movimentaram para chamar atenção para o que passaram a chamar de “ódio do bem”: postagens desejando a piora e até a morte do chefe do Executivo em decorrência de seus problemas no trato intestinal, consequência do atentado a faca sofrido por ele em 2018.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos - RJ) marcou o perfil oficial do STF no Twitter e no Instagram em uma publicação do ator José de Abreu, da TV Globo, na qual o artista disse sentir “prazer” ao ver o presidente passando mal e desejou que ele “explodisse”. “Seria mais um exemplo de ódio do bem?”, questionou Carlos.
A postagem do vereador foi seguida de uma enxurrada de perfis apontando para a possibilidade de o STF enquadrar a fala do ator como discurso de ódio. Usuários também questionaram o Twitter se suspenderia a conta do artista. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, contas de bolsonaristas já foram removidas da plataforma devido ao compartilhamento de desinformação e discurso antidemocrático. O Twitter também já excluiu publicações do presidente com informações falsas sobre a covid-19.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se manifestou sobre os ataques ao presidente. Pelas redes sociais, ele disse ser “Impossível não se indignar” e chamou de “mal-amados” e “hipócritas” as pessoas que desejam a morte do mandatário. O parlamentar também fez críticas ao que ele chamou de “liberdade de expressão seletiva”: “Falar de qualquer autoridade não pode, mas de Bolsonaro sim?”, perguntou.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) fez críticas àqueles que acreditam que o atentado a faca sofrido pelo então candidato à Presidência foi falso. Ele atribuiu à esquerda o compartilhamento de fake news sobre o episódio. “A isto jamais será dito que é discurso de ódio ou antidemocrático”, escreveu ele.
O presidente foi internado em São Paulo nesta segunda-feira, 3, para tratar um quadro de obstrução intestinal. O evento coincidiu com um aumento expressivo do interesse pelo mandatário na internet, fazendo crescer o volume de buscas pelo seu nome no Google e de seguidores em seus perfis nas redes sociais. Nos dias anteriores, o chefe do Executivo vinha sofrendo desgaste por não interromper sua viagem ao litoral de Santa Catarina frente à tragédia causada pela chuva na Bahia.
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