Bolsonaro publica vídeo com risadas após divulgação de relatório da PF

Polícia Federal aponta ex-presidente como líder de tentativa de golpe de Estado; Jair Bolsonaro nega participação em trama golpista, mas diz que estudou ‘todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas’

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Foto do author Henrique Sampaio

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) republicou nesta terça-feira, 26, um vídeo nas redes sociais em que aparece tomando caldo de cana em um bar e rindo. A postagem ocorreu logo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornar público o relatório da Polícia Federal que aponta o ex-chefe do Executivo como líder de uma tentativa de golpe de Estado.

Na gravação, publicada originalmente em um dos perfis dele três dias atrás, Bolsonaro aparece sentado no balcão de um boteco, com a camisa do Santos, quando um homem pergunta: “E aí presidente, como é que está o caldo de cana?”. O ex-presidente responde: “De graça, está excelente”. Em seguida, ele dá uma risada descontraída para a câmera, enquanto a cena é acompanhada de textos exibindo “hahaha” espalhados pela tela.

Ex-presidente Jair Bolsonaro aparece rindo em vídeo republicado após relatório da Polícia Federal Foto: Reprodução/Instagram

Bolsonaro, que chegou a Brasília na segunda-feira, 25, admitiu que um estado de sítio foi considerado durante o fim de seu mandato, mas negou participação em qualquer plano de golpe. Ele classificou as acusações como “coisa séria” e afirmou que uma ruptura institucional não seria liderada por “um general da reserva e meia dúzia de oficiais”.

O que diz o relatório da PF sobre tentativa de golpe

Segundo a PF, a investigação mostrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”.

O relatório da PF aponta ainda que Bolsonaro tinha apoio de oficiais de alta patente, mas enfrentou resistência dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. A investigação levou ao indiciamento de 25 militares, incluindo sete generais. O caso agora está com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode oferecer ou não uma denúncia ou ainda solicitar novas diligências.

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