Janot pede depoimento de Dilma e Lula em inquérito sobre compra de apoio em 2014

Lista também inclui outros nomes do PT, como o ex-tesoureiro da campanha Edinho Silva e seu ex-assessor Manoel de Araújo, os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, além do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, preso na Lava Jato

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BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal, que a ex-presidente Dilma Rousseff e o seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, prestem depoimentos no inquérito aberto que apura a suposta compra de apoio de partidos políticos à campanha de reeleição da petista em 2014.

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Janot também pediu que outras 11 pessoas, de quatro partidos, sejam investigas formalmente no inquérito, que foi instaurado originalmente contra o atual ministro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira (PRB), com base na delação premiada de executivos da Odebrecht.

A lista inclui nomes do PT, como o ex-teusoreiro da campanha Edinho Silva e seu ex-assessor Manoel de Araújo, os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na Lava Jato. Completam a relação o marqueteiro João Santana, Eurípedes Júnior e Salvador Zimbaldi Filho, do PROS; Carlos Lupi e Marcelo de Oliveira Panella, do PDT; e Fábio Tokarski, do PCdoB.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante reunião do Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão

Além de ouvir Dilma e Lula, Janot também pediu o depoimento de outras sete pessoas: o ex-presidente do PT Rui Falcão; Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma; o ex-ministro Aloizio Mercadante; a ex-secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares; a empresária Mônica  Moura, mulher de Santana; e duas ex-secretárias de Edinho Silva.

Caberá ao relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, determinar se aceita ou não os pedidos do procurador-geral da República, que requer ainda um prazo extra de

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Inquérito. A investigação no STF foi aberta com base na delação premiada dos executivos da empreiteira, entre eles Marcelo Odebrecht. Segundo os relatos, Marcos Pereira, que era presidente do PRB em 2014, teria recebido R$ 7 milhões para garantir o apoio do partido à chapa na eleição presidencial de 2014.

Nos depoimentos, o executivo apontou também que teria repassado dinheiro a outros partidos, como o PROS, PDT e PC do B, afim de garantir o apoio deles à chapa e, consequentemente, obter a parcela de tempo do horário gratuito de rádio e TV a que eles tinham direito.

A chapa de Dilma em 2014 tinha como vice o atual presidente Michel Temer e era composta por uma aliança de nove partidos: PT, PMDB, PDT, PC do B, PP, PR, PSD, PROS e PRB.

Todos os envolvidos negam irregularidades e afirmam que não houve pagamentos em troca de apoio para a campanha de 2014.