BRASÍLIA – Líder licenciado do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pediu para que petistas se “transformem em um boca de urna” em apoio ao candidato Caetano (PT), que participa do segundo turno da eleição em Camaçari (BA). Ocorre que a legislação eleitoral diz que esse ato é crime.
“Na boca de urna, eles vão tentar enganar muita gente, vão despejar muito dinheiro”, disse Wagner, em ato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 17. “Eu quero que cada um de vocês se transformem num boca de urna. Você vai votar? Vai. Depois que você votar, fique colado, pegue o papel, vamos distribuir, vamos conversar.”
A assessoria do senador informou que ele não tinha condições de se manifestar porque se prepara para uma cirurgia neste sábado, 19.
Segundo a lei, propaganda de boca de urna e distribuição de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos e seus candidatos é crime, punível com detenção de seis meses a um ano, podendo ser aplicada pena alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa de cinco a 15 mil reais. É permitida apenas a manifestação individual e silenciosa no dia da eleição.
Além de Wagner e Lula, participaram do ato em apoio a Caetano a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o vice-goverandor do Estado, Geraldo Júnior (MDB).
Camaçari é uma das principais apostas do PT na Bahia. Apesar de controlar o governo do Estado, o partido acumulou derrotas nas eleições municipais. Como mostrou o Estadão, candidatos apoiados pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, venceram em apenas duas das 10 principais cidades do Estado.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.