O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) afirmou que a ascensão do candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), que cresceu de 4,9 a 7 pontos nas intenções de voto, segundo as últimas pesquisas eleitorais, tem causado “histeria”, mas avalia que há “todas as condições” para vencer a direita no segundo turno.
“Não adianta ficar com essa histeria, pensando que ele já ganhou. Os dados mostram que vamos para o segundo turno em São Paulo, e com todas as condições de vencer a direita”, disse o petista em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada neste domingo, 25, em referência ao candidato Guilherme Boulos (PSOL).
O ex-ministro comparou o cenário atual, em que Marçal disputa votos no campo bolsonarista e, portanto, diretamente com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com o da última disputa eleitoral, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso contra o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.
Ele também avaliou, a partir de conversas com analistas de pesquisas na última semana, que os ministros de Lula e as lideranças petistas precisam “baixar a ansiedade” e olhar para o cenário com “maior frieza e objetividade”. Segundo Dirceu, Marçal ainda não conquistou todos os votos do campo bolsonarista, que segue longe da marca de 37,99%, alcançada por Bolsonaro no primeiro turno de 2022.
“Ele está brigando para chegar a esses 37% e tirar Nunes do segundo turno. A campanha do prefeito terá que se voltar contra Marçal”, disse o ex-ministro.
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O crescimento do porcentual de intenções de voto em Marçal tem preocupado também o campo bolsonarista, que apoia formalmente a reeleição do atual prefeito, pela declaração de voto no empresário.
O ex-coach e o ex-presidente, inclusive, se envolveram em um bate-boca público na última semana. O empresário comentou em uma postagem de Bolsonaro com a frase: “Pra cima capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós”. Em poucos minutos, Bolsonaro respondeu: “Nós? Um abraço”. Marçal, então, cobrou o apoio dado para a campanha do ex-presidente em 2022: “Se não existe nós, devolva os R$ 100 mil”.
Para Bolsonaro, impedir a vitória de Marçal em São Paulo passou a ser “questão de honra”. A preocupação de aliados bolsonaristas não se resume ao segundo turno na capital paulista, mas também tem relação com os cálculos para a eleição de 2026, que pode ter um cenário em que os votos bolsonaristas se dividam outra vez.
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