SOROCABA - O líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha Junior, foi preso neste sábado, 4, em operação da Polícia Civil de São Paulo, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. A operação prendeu também Luciano de Lima, outra liderança do movimento.
Há duas semanas, a FNL desencadeou o chamado Carnaval Vermelho, invadindo oito fazendas no Pontal e uma no Mato Grosso do Sul. A polícia cumpriu mandados de prisão expedidos pela justiça paulista, mas no momento ainda não estava claro se as prisões estavam relacionadas com essas invasões.
Neste domingo, por meio de nota, a polícia esclareceu que a prisão decorreu de um inquérito que investiga se os acusados estariam aproveitando-se do movimento social para extorquir proprietários rurais. Ainda no domingo, Rainha e Lima passaram por audiência de custódia e foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá, no sudoeste de Estado de São Paulo, onde serão mantidos em prisão preventiva.
O secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, confirmou as prisões e destacou o papel dos policiais envolvidos na operação.
O grupo alegou que as fazendas tinham sido reconhecidas como terras públicas, o que não foi confirmado pela justiça. Na maioria dos casos, foi dada liminar de reintegração de posse em favor dos proprietários.
Em 2015, Rainha Junior foi condenado a 31 anos de prisão após ser acusado pelo Ministério Público Federal de desviar recursos destinados à reforma agrária. Sua defesa entrou com recurso e ele permanecia em liberdade.
O presidente licenciado da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, ex-secretário nacional de Assuntos Fundiários no governo Bolsonaro, disse que os proprietários rurais se sentem aliviados por saberem que ainda existe justiça.
“Invasores de propriedade com ficha criminal conhecida, que promovem o caos, desrespeitam constantemente o Estado democrático de direito, por mais que tenham amigos poderosos, precisam saber que ninguém pode estar acima da Lei”, disse.
Correções
Foi a Polícia Civil de São Paulo que efetuou as prisões , não a Polícia Federal, como informado originalmente. E os mandados de prisão foram decretados pela justiça paulista.
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