O professor e jurista Antonio Augusto Cançado Trindade morreu neste domingo, 29, aos 74 anos, em Brasília. Ele foi juiz na Corte Internacional de Justiça, consultor jurídico do Itamaraty e teve um vasto trabalho no campo do direito internacional e dos direitos humanos.
“Cançado inspirou gerações de diplomatas na defesa do direito internacional”, escreveu o Ministério das Relações Internacionais, em nota. “Em sua trajetória, permaneceu fiel a seus ideais e, com determinação incansável, deixou como legado uma maior humanização do direito internacional.”
Natural de Belo Horizonte, Cançado Trindade foi também juiz e presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos e professor do Instituto Rio Branco entre 1979 e 2009.
Ele se formou em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, obteve o título de doutorado na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e foi professor da Universidade de Brasília.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, lamentou a morte do jurista. “O Supremo Tribunal Federal manifesta aos familiares e amigos votos de conforto e os mais sinceros pêsames. As lições e as inspirações deixadas pelo professor e jurista são um legado valioso para o Brasil, para a Suprema Corte e para o direito brasileiro”, escreveu.
Em publicação nas redes sociais, o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que Cançado Trindade “deixa um grande legado” para o direito internacional.
Integrante da comissão Interamericana de Direitos Humanos, Flávia Piovesan classificou Cançado Trindade como “o pai dos direitos humanos no Brasil”. Para ela, o magistrado “sempre foi um jurista sólido, visionário, humanista. Por onde passou, teve um legado transformador.”
Outras instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também lamentaram o falecimento de Cançado Trindade.
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