Lewandowski demite policial penal que matou tesoureiro do PT durante festa de aniversário em 2022

Punição de Jorge José da Rocha Guaranho se deu no âmbito de um Processo Administrativo Disciplinar, instaurado para apurar a atuação do agente

PUBLICIDADE

Foto do author Rafaela  Ferreira

BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu, nesta terça-feira, 19, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de assassinar o guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda, em julho de 2022, em Foz do Iguaçu (PR).

PUBLICIDADE

A pena da demissão de Guaranho se deu no âmbito de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), instaurado, à época, para apurar a atuação do agente, então servidor da penitenciaria federal de Catanduvas, no Paraná. Ele foi demitido pelas seguintes infrações disciplinares: uso de recurso material da repartição em atividade particular; prática de ato de improbidade administrativa; e incontinência pública.

Na decisão, Lewandowski entendeu que a conduta violenta e ofensiva é incompatível com a moralidade administrativa, além de afrontar gravemente os valores institucionais da atividade policial. Gramanho também usou sua arma profissional para cometer o crime, segundo ministério.

Jorge José da Rocha Guaranho, bolsonarista que matou Marcelo Arruda em festa de aniversário com decoração temática do PT. Foto: Reprodução

O caso aconteceu em julho de 2022, quando Marcelo Arruda foi morto a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha decoração com o tema do PT. Arruda era filiado da sigla e foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020.

Publicidade

Na ocasião, o policial e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia interrompido a festa e ameaçados os presentes com uma arma na mão, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, onde teria chegado em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo, aos gritos: “Aqui é Bolsonaro”, conforme relato descrito no boletim de ocorrência.

Uma nota do PT e declarações registradas informavam que Arruda foi abordado no estacionamento, quando o homem sacou a arma e começou a disparar. O tesoureiro do PT tentou se defender com sua arma funcional e houve troca de tiros.

Em nota divulgada nesta terça-feira, 19, o Ministério da Justiça também informou que Guaranho é acusado de cometer homicídio duplamente qualificado na esfera penal. O processo contra o agente está na pauta do Tribunal do Júri do dia 4 de abril.

Marcelo Arruda foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário. Foto: Reprodução
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.