Após imbróglios envolvendo a bancada evangélica do Congresso e as indicações do futuro presidente eleito Jair Bolsonaro para a chefia dos ministérios, o líder da frente parlamentar, deputado Takayama (PSC-PR), comemorou a escolha da pastora e advogada Damares Alves para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. “Ela é amada pela frente”, disse ele ao Estadão/Broadcast.
Para Takayama, Alves preenche os requisitos para assumir a pasta criada pelo presidente eleito. “Ela é dedicada e preparada para isso”, defendeu.
O nome de Damares também foi elogiado pelo deputado João Campos (PRB-GO), um dos cotados para disputar o comando da Câmara dos Deputados no ano que vem. Ele conta com apoio de parte da bancada evangélica. "Fiquei muito feliz com a confirmação. Ela é muito preparada, qualificada, de espírito público", afirmou o deputado de quem Damares já foi, inclusive, chefe de gabinete. Segundo Campos, a futura ministra é mãe adotiva de uma indígena e dá palestrar sobre o tema pela país.
No mês passado, Bolsonaro rejeitou nomes que foram indicados pela bancada para assumir o Ministério da Cidadania, que será ocupado por Osmar Terra (MDB-RS). O movimento gerou um mal-estar entre os parlamentares do grupo. Takayama, no entanto, nega que o episódio tenha afetado o relacionamento. “Nós temos uma vinculação de princípios com Bolsonaro”, disse.
Damares é assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta(PR-ES). Ele foi um dos políticos mais próximos de Bolsonaro na campanha e a expectativa é de que fosse indicado para algum ministério, inclusive o que hoje está com Damares, mas Bolsonaro disse que não é "adequado" indicá-lo no momento.
Já um aliado de Malta na Casa, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), considerou uma provocação a escolha de Damares Alves para o ministério. "Se antes parecia uma ingratidão, agora fica claro que há uma intenção de afrontar o Magno Malta", disse o parlamentar, que também é membro do núcleo duro da frente evangélica na Câmara.
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