Líder de oposição a Morales pede asilo ao Brasil

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Por RICARDO GOZZI E AYR ALISKI

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil está avaliando pedido de asilo diplomático apresentado nesta terça pelo senador oposicionista boliviano Roger Pinto à embaixada brasileira em La Paz. O político solicitou asilo sob o argumento de que é vítima de perseguição política e que, por isso, teme por sua vida.De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, Roger Pinto está abrigado na representação diplomática do País em La Paz e ali deve permanecer enquanto a chancelaria brasileira reúne informações e analisa o pedido.O Itamaraty verifica se os elementos apresentados por Pinto atendem às normas internacionais que regem o asilo político. Não existe um prazo específico para o trâmite da análise.Questionado sobre o assunto durante entrevista coletiva concedida nesta terça em Brasília ao término de uma reunião com o ministro de Exterior da Holanda, Uri Rosenthal, o chanceler Antonio Patriota limitou-se a dizer que o Itamaraty está "acompanhando a situação de perto".Senador do partido conservador "Convergência Nacional" pelo departamento (Estado) de Pando, que faz fronteira com o Brasil, Roger Pinto lidera a bancada opositora ao governo do presidente Evo Morales no Parlamento da Bolívia. O político alega temer por sua vida e afirmou ser vítima de perseguição política."As pressões contra mim têm-se multiplicado e a perseguição se agravou. Tenho sido vítima de constantes ameaças de morte e minha família também tem sido ameaçada. A pressão hoje é insustentável e já não se trata da minha liberdade, mas sim da minha vida", argumentou Pinto em carta pública distribuída nesta terça-feira pela bancada opositora no Parlamento boliviano.Na nota o senador boliviano acrescenta: "é por isso que decidi me refugiar em meu próprio país. E aqui ficarei, exigindo uma anistia ampla e irrestrita que permita a volta à pátria de centenas de refugiados que estão no exterior".A decisão pelo pedido de asilo foi anunciada nesta terça pela manhã, em uma entrevista coletiva com concedida pelo deputado Adrian Oliva, também da Convergência Nacional. Pinto, no entanto, teria chegado à embaixada brasileira ontem.Na carta lida por Oliva, Pinto alega ainda que, "por pensar de maneira diferente", está em "circunstâncias difíceis", o que o levou a buscar refúgio na Embaixada do Brasil."Não se trata da minha liberdade, mas de minha vida e da vida da minha família. O ódio político quer cobrar novas vítimas", alegou o senador na carta.

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