Os principais líderes de oposição no Senado reagiram hoje à noite, com críticas, à decisão do governo de destituir Luiz Guilherme Schymura da presidência da Anatel. Tucanos e pefelistas consideraram a medida um passo errado em relação à estabilidade das agências reguladoras, à captação de investimentos externos e expõe a decisão do governo Lula de ir na contramão da experiência internacional. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), disse que a saída de Schymura é um complicador para o governo Lula. "Isso coloca em xeque as agências reguladora. O governo terminará dando um tiro no pé e afastando os investidores", disse. "Tudo o que os investidores não querem é instabilidade em relação ao comando de uma agência reguladora. Neste caso, o governo se confundiu com o Estado e foi na contramão do que recomenda a boa experiência internacional", concluiu o tucano. Para o líder pefelista, senador José Agripino Maia (RN), concorda. "Como alguém quer atrair investidores brincando de faz-de-conta com essas agências?". Segundo ele, o fato "mostrou que, neste governo, quem não rezar pela cartilha deles não serve para dar o recado". O deputado mineiro Custódio de Mattos, vice-líder do PSDB na Câmara, também reagiu com preocupação à decisão do Palácio do Planalto, argumentando que Schymura não é homem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nem do PSDB, mas um técnico competente. "A medida pode ser um desastre no mercado, vai gerar instabilidade para o investidor dos setores públicos que dependem de regulamentação", afirmou. "As agências não podem atender a interesse conjuntural do governo. Essa tem que ser uma relação de Estado com o Mercado, para garantir a estabilidade e a autonomia que os investidores reclamam".
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