BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira, 29, apoio à candidatura do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), para a sua sucessão no cargo em 2025. O pronunciamento foi feito na residência oficial, ao lado de outros líderes partidários, como Dr. Luizinho (PP-RJ) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
Lira disse buscar a “convergência” e que Motta seria o candidato com mais condições políticas para isso. O apoio formal de Lira a Hugo Motta foi antecipado nesta segunda-feira, 28, pelo Estadão/Broadcast Político.
“Depois de muito conversar e, sobretudo, de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez”, afirmou.
Ao anunciar apoio a Motta, Lira afirmou que o líder do Republicanos “vai manter a marcha da Câmara na mesma receita”. “Estou certo de que Hugo Motta, deputado experiente, em seu quarto mandato, e que viveu e vive de perto os desafios que perpassam a nossa gestão, vai saber manter a marcha da Câmara dos Deputados, seguindo esta mesma receita que tantos bons frutos deu ao Brasil: respeito ao plenário, cumprimento da palavra empenhada e busca incessante por convergência”, disse.
O presidente da Câmara chamou de “amigos de vida” os adversários de Motta, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e o líder do PSD, Antonio Brito (BA). Lira disse que “todos os deputados que se colocaram e se colocam nessa disputa possuem plena legitimidade para pretender a cadeira que temporariamente ocupo”. “Elmar Nascimento e Antonio Britto, mais do que colegas de Parlamento, são verdadeiros amigos de vida”, afirmou.
“Com eles, tal como com todos os parlamentares, mantive um diálogo aberto, franco e, sobretudo, leal, e a todos fiz apenas um único pedido: viabilizem-se junto às deputadas e aos deputados, pois sem convergência, não há governabilidade. E sem governabilidade, sofre o País.” Lira também lembrou sua votação para a reeleição, com 464 votos na Câmara, e disse ter “orgulho da agenda positiva e das entregas históricas”.
Nas últimas semanas, Lira e Motta têm trabalhado para consolidar o apoio do PT. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu quando anunciará em público sua posição sobre a disputa. O líder da bancada, Odair Cunha (MG), contudo, já sinalizou que a tendência é a legenda compor com o candidato do Republicanos.
Motta ofereceu ao PT o comando da Primeira-Secretaria da Câmara, cargo maior que o ocupado hoje pelo partido. Os petistas têm na atual composição da Mesa Diretora a Segunda-Secretaria, liderada pela deputada Maria do Rosário (RS).
No último dia 16, a bancada petista recebeu Motta para um jantar na casa do deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA). Na ocasião, Motta prometeu que a anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro não entraria na campanha. Na ocasião, segundo petistas, o deputado paraibano disse que Lira deveria “resolver” a situação ainda neste ano.
A proposta seria votada entre esta terça e quarta-feira, 30, na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Arthur Lira, porém, tirou o projeto da CCJ e criou uma comissão especial para analisar o texto. Em tese, o movimento atrasa a tramitação da proposta. Uma comissão especial tem duração de pelo menos 40 sessões do plenário para proferir parecer sobre um assunto.
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