Lista de investigados pela Kroll inclui o delator de Cunha e ex-diretores da Petrobrás

Além de Julio Camargo e ex-dirigentes, relação de nomes revelados pelo presidente da CPI da Petrobrás, deputado Hugo Motta, a parlamentares, também inclui Alberto Yousseff, João Vaccari Neto e empreiteiros; empresa de espionagem foi contratada para apura

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BRASÍLIA - Pressionado pelos integrantes da CPI da Petrobrás, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Hugo Motta (PMDB-PB), revelou aos deputados nesta quinta-feira, 13, os nomes dos 12 investigados pela empresa de espionagem Kroll. A lista inclui delatores do esquema de corrupção da Petrobrás, como o lobista Julio Camargo, que citou o deputado Eduardo Cunha (PMDB) em seu depoimento e até mesmo Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR).

A delação dolobista Júlio Camargodeu origem à denúncia contra deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por corrupção e lavagemde dinheiro. Em seu depoimento,ele afirma que o parlamentar teriaexigidoUS$ 5 milhões de propina em contratos de navios-sonda da Petrobrás. Acobrança foi feita pessoalmente pelo deputado cassado em encontro em 2011, no Rio. Foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 26 anos de prisão, mas deve cumprir, em regime aberto, até cinco anos, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Foto: Reprodução

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Os outros 10 nomes são os seguintes: Renato Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobrás), Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás), Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobrás), Alberto Youssef (doleiro), João Vaccari Neto (tesoureiro do PT), Augusto Mendonça (ex-dirigente da Toyo Setal), Eduardo Leite (ex-diretor vice-presidente da Camargo Corrêa), Dalton Acancini (ex-presidente da Camargo Corrêa), Julio Faerman (representante da SBM Offshore no Brasil) e Ricardo Pessoa (empreiteiro da UTC).

O objetivo da investigação é encontrar contas e imóveis dessas pessoas no exterior. Na avaliação de membros da CPI, o resultado das investigações poderia ser utilizado para fazer pressão política e derrubar delações em caso de informações desencontradas. Motta negou ter escolhido a quem investigar e se recusou a confirmar os nomes revelados ao Estado. "Existem indícios de contas no exterior e propriedades", disse Motta. Ele não afirmou se há indícios em relação a todos os investigados.

Até a tarde desta quinta, apenas três deputados sabiam dos nomes: Hugo Motta, o sub-relator da comissão André Moura (PSC-SE) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo Motta, os nomes que serão investigados pela Kroll na segunda fase dos trabalhos serão escolhidos pelos membros do colegiado. 

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