O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse que se considera “um mártir do direito” por ter deixado de ir à abertura dos Jogos Olímpicos 2024, em Paris, na França, para cumprir compromissos em Rondônia e no Acre. A declaração ocorreu durante uma palestra do ministro na Academia Brasileira de Letras (ABL) no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 30.
“Eu fui às Olimpíadas do Rio. Não fui a de Paris. Eu tinha um convite para ir na abertura das Olimpíadas de Paris, mas eu tinha me comprometido a ir a Rio Branco, no Acre, e a Porto Velho, aproveitando o recesso para encontrar juízes. Eu sempre visito escolas públicas e não quis desmarcar. Me considerei um pouco um ‘mártir do direito’. Não fui a Paris, mas fui muito bem recebido, com carinho e alegria, no Acre e em Porto Velho”, disse Barroso, rindo.
Na palestra intitulada “A justiça”, na sede da ABL, o ministro também comentou sobre o resultado eleitoral da Venezuela, contestado por diversos países, e afirmou que não há chances de ocorrer o mesmo no Brasil. Barroso também ressaltou a atuação da Corte contra o voto impresso, que, segundo ele, amplia a possibilidade de uma fraude eleitoral.
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Barroso também mencionou a atuação da Suprema Corte em casos como a Operação Lava Jato, da qual foi um dos principais defensores no STF. Durante a palestra, o magistrado citou esse e outros casos em que o Supremo retrocedeu em decisões, o que, para ele, provoca problemas, porque pode eternizar os processos por prescreverem.
Ele também deu destaque para decisões que considera acertadas, como a equiparação do crime de homofobia ao de racismo, o reconhecimento da união homoafetiva, a permissão do aborto quando o feto é anencéfalo e a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias.
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