Lula condecora embaixador da Palestina durante guerra entre Israel e Hamas

Condecoração de Ibrahim Mohamed Alzeben ocorreu entre desentendimentos do governo federal com o embaixador de Israel, Daniel Zonshine

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Foto do author Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condecorou nesta terça-feira, 21, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Alzeben, com o mais alto grau da Ordem de Rio Branco. A homenagem ocorre durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas e entre desentendimentos do governo federal com o embaixador israelense no País, Daniel Zonshine.

Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil, foi condecorado com a Ordem do Rio Branco nesta terça-feira, 21 Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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Zonshine não foi condecorado pelo petista. No último dia 8, o diplomata israelense foi alvo de críticas de governistas por ter realizado um evento na Câmara dos Deputados que contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Ordem de Rio Branco é dada pelo governo federal a pessoas físicas ou jurídicas “pelos seus serviços ou mérito excepcional”.

Nos últimos dias, Lula tem subido o tom contra Israel, apesar de condenar as ações terroristas do Hamas iniciadas em 7 de outubro. No último dia 14, o petista afirmou que os israelenses pretendiam ocupar a Faixa de Gaza. A declaração foi rechaçada pela comunidade judaica.

Durante o desembarque dos brasileiros resgatados em Gaza na última quarta-feira, 15, Lula equiparou as ações israelenses com os ataques feitos pelo Hamas. “Nunca vi uma violência tão brutal, tão desumana contra inocentes. Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel também está cometendo um ato de terrorismo”, afirmou.

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Nesta terça, enquanto estava em uma reunião extraordinária dos Brics, Lula defendeu a criação de um Estado palestino e disse que a guerra decorre de “décadas de frustação e injustiça” sofridas pelo povo da Palestina. O petista também disse que “assentamentos ilegais” na Cisjordânia ameaçam a viabilidade da criação de uma nação árabe na região.

“Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino. É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino”, disse.

Esposa do presidente, Janja também foi condecorada com a Ordem do Rio Branco

Além do embaixador da Palestina, Lula condecorou com a Ordem de Rio Branco a sua esposa, a primeira-dama Janja. A socióloga é alvo de críticas de opositores e aliados pela influência que exerce no governo. Em entrevista no início deste mês, a primeira-dama afirmou que deseja ter um gabinete próprio no Palácio do Planalto, onde o presidente despacha com auxiliares.

Integrantes do governo também foram agraciados. Receberam a homenagem nesta terça os ministros Margareth Menezes (Cultura), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão e Planejamento), Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

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A Ordem de Rio Branco também foi destinada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin; os governadores Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, e Jader Barbalho Filho (MDB), do Pará; a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; e o líder indígena Raoni. Eles receberam o recebeu o título no grau de Grã-Cruz.

O petista também concedeu a homenagem de forma póstuma às cantoras Elza Soares, Gal Gosta e Rita Lee, e também ao indigenista brasileiro Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dominic Phillips, que foram assassinados em junho de 2022 durante viagem pelo Vale do Javari, no Estado do Amazonas. Os cincos homenageados receberam a insígnia pela categoria de “comendador”.

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