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Lula diz que quem pratica assédio ‘não vai ficar no governo’ e Silvio Almeida tem direito à defesa

ONG Me Too Brasil, que luta contra o abuso a mulheres, divulgou nota afirmando que o ministro dos Direitos Humanos foi denunciado por assédio sexual; Silvio Almeida nega as acusações

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Foto do author Sofia  Aguiar
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 6, que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”. A declaração de Lula, em entrevista à Rádio Difusora, em Goiânia (GO), ocorre após o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, ser acusado de assédio sexual. O presidente informou ainda que terá uma reunião nesta tarde, em Brasília, para tratar sobre o caso.

Lula, presidente da República Foto: Wilton Junior/Estadão

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Nesta quinta-feira, 5, a ONG Me Too Brasil, que luta contra o abuso a mulheres, divulgou nota afirmando que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi denunciado por assédio sexual. O ministro reagiu e disse que se trata de uma acusação sem provas

O comunicado da entidade veio a público após a publicação da notícia pelo site Metrópoles. As acusações contra Almeida foram feitas por ex-integrantes do ministério. O Me Too Brasil omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto.

Na entrevista, Lula disse que soube do caso na noite desta quinta e que pediu à Advocacia-Geral da União (AGU), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para que fizessem conversas sobre a situação antes da reunião. A informação já havia sido comunicada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).

“O que posso antecipar para vocês é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, disse Lula. “Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender”, acrescentou.

Na sequência, Lula afirmou que o governo vai acionar a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar o caso. Em entrevista à GloboNews, diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o inquérito deve ser instaurado nesta sexta.

“Estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres. O meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem, definitivamente, numa parte importante da política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio”, disse.

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“Então, nós vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, acrescentou.

Segundo Lula, o encontro à tarde deve incluir duas ministras, além da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do próprio ministro dos Direitos Humanos.

Até o momento, não houve apresentação de provas e de detalhes sobre os relatos de assédio. Em nota e em vídeo, Silvio Almeida negou “com absoluta veemência” as acusações, qualificando-as como “mentiras e falsidades” e “ilações absurdas”. “Toda denúncia deve ter materialidade”, disse. “Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste País.”

O Palácio do Planalto declarou que Almeida foi chamado para dar explicações sobre o caso. A instituição não fez referência à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Segundo o site Metrópoles, a ministra também teria sido vítima de assédio. Ela não se manifestou.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, publicou uma foto em que beija a testa de Anielle. Segundo Lula, a publicação é uma demonstração de que “mulheres estão com mulheres”. O Ministério das Mulheres disse que as denúncias são “graves” e que qualquer tipo de violência e assédio contra mulheres é “inadmissível”.

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