Lula cancela viagem à China; 120 empresários esperam pelo presidente em Pequim

Após diagnóstico de pneumonia, viagem que havia sido remarcada deste sábado para domingo não tem nova data para ocorrer; ministro Fernando Haddad também cancelou embarque

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Atualização:

ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM E BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a viagem que faria à China, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e influenza A. Em nota, o governo informou que a visita será remarcada “em nova data”, sem informar um novo dia de embarque. A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avisou que ele “não fará a viagem neste momento” por conta do “cancelamento da missão presidencial à China”.

Lula já havia adiado o embarque da comitiva presidencial por um dia, deste sábado para a manhã de domingo, 26. No entanto, ministros, diplomatas e uma delegação de 120 empresários do agronegócio já estavam em Pequim no aguardo do presidente. Eles participavam de eventos do setor e reuniões de trabalho e institucionais com autoridades do governo chinês. Outros empresários, de áreas como indústrias e comércio, têm desembarque em Pequim previsto para este sábado.

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“Em função de orientação médica o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu adiar sua viagem à China. O adiamento já foi comunicado para as autoridades chinesas com a reiteração do desejo de marcar a visita em nova data”, informou o governo, neste sábado, 25.

Segundo a nota do Palácio do Planalto, Lula foi examinado no Hospital Sirio-Libanês, em Brasília, na quinta-feira, 23, após ter sintomas de gripe. Os médicos, então, diagnosticaram que o presidente tinha “broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A, sendo iniciado tratamento”.

“Após reavaliação no dia de hoje e, apesar da melhora clínica, o serviço médico da Presidência da República recomenda o adiamento da viagem para China até que se encerre o ciclo de transmissão viral”, afirmou a médica Ana Helena Germoglio.

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Segundo o governo, as autoridades chinesas já foram informadas do adiamento. Havia expectativa em Pequim e apreensão por causa do estado de saúde de Lula desde a sexta-feira, dia 24, quando a decolagem foi postergada por um dia.

Embaixadores discutiam ao telefone sobre a possibilidade adiamento geral da visita de Estado, mas foram informados inicialmente de que o quadro geral era bom e o governo cancelou apenas o primeiro dia de compromissos na China, um fórum promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Auxiliares do presidente dizem que a remarcação depende não só da recuperação completa do presidente brasileiro, após o fim do clico viral e de transmissão da Influenza, como da possibilidade de reagendamento dos compromissos com o chefe de Estado, Xi Jinping.

Havia ainda nos bastidores uma preocupação dos dois lados sobre uma possível transmissão do vírus ao líder chinês. O governo do país asiático tem protocolos rígidos para lidar com a saúde de Xi Jinping. Durante a pandemia da covid-19, ele não deixou o país. Lula seria recebido pelo presidente chinês na terça-feira, dia 28, e teria uma reunião bilateral, além de um banquete em sua homenagem. O vírus da Influenza A estaria ativo durante o encontro. Lula foi diagnosticado em 23 de março e o encontro se daria cinco dias depois. O ciclo viral é de 7 dias.

Com o anúncio da hospitalização de Lula, uma opção cogitada era o envio do vice-presidente Geraldo Alckmin, o que provocaria a mudança cerimonial dos compromissos de Estado para o nível de vice-presidentes dos dois países. Mesmo assim, os diplomatas achavam pouco provável por causa da menor dimensão geopolítica e duvidavam que a base do governo aceitasse delegar a Alckmin uma visita com o peso político da China, uma agenda cara ao PT e à esquerda.

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Antes da programação da visita, o partido despachou os dirigentes Romênio Pereira e Mônica Valente a Pequim para reuniões com o Partido Comunista Chinês. O presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, já estava em agendas institucionais na capital chinesa.

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