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Lula afirma que é preciso ‘tratar bem o agronegócio’, em novo aceno ao setor

Em comício no Maranhão, ex-presidente também tentou dialogar com o eleitorado evangélico

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Por Bruno Luiz

SALVADOR - Na busca pelo voto do agro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez novo aceno ao setor na noite desta sexta-feira, 2. Durante comício em São Luís (MA), ele disse que é necessário “tratar bem o agronegócio”.

“Temos que tratar bem agronegócio, o empresário sério que sabe que tem que evitar queimada, que tem que evitar desmatamento, que tem que evitar passar boiada na Amazônia”, afirmou.

Em resposta a líderes religiosos que apoiam Bolsonaro, Lula declarou que 'igreja não pode ter partido'. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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A campanha petista tenta reduzir a resistência à candidatura de Lula dentro da categoria, que apoia majoritariamente o presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente, no entanto, provocou descontentamento em empresários ao associar parte do setor ao fascismo e ao desmatamento, durante entrevista no Jornal Nacional.

Apesar de repetir que não vai misturar política e religião, Lula voltou a fazer acenos ao eleitorado evangélico no mesmo comício. “É tanta mentira que dizem que não sou cristão. Quem criou Lei da Liberdade Religiosa foi eu, em 2003. Quem criou Dia do Evangélico foi eu, quem fez lei da Marcha para Jesus foi eu”, disse, ao citar medidas tomadas em seus governos que teriam beneficiado evangélicos.

Em resposta a líderes religiosos que apoiam Bolsonaro, Lula declarou que “igreja não pode ter partido”. “O Estado não tem religião. O Estado tem que tratar bem todas as religiões. A igreja não pode ter partido. Quando você vai em igreja, você vai tratar da sua fé, você não vai atrás de política. Atrás de política você vai atrás de um partido”, defendeu.

O ex-presidente também voltou a dizer, sem citá-lo diretamente, que o presidente Bolsonaro usa o nome de Deus em vão. Lula havia atenuado o discurso nas últimas semanas, após iniciar a campanha dizendo que o adversário era “possuído pelo demônio” mas optar por referências mais sutis ao eleitorado. “Meu Deus não é o Deus do Bolsonaro; o dele é outra coisa”, afirmou ao declarar também que o presidente mente.

A campanha petista tenta quebrar a resistência do eleitorado evangélico à candidatura de Lula. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 1º, mostra que Bolsonaro lidera nesse grupo, com 48% das intenções de voto contra 32% do ex-presidente.

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Corrupção

O ex-presidente disse que não se ofende ao ser chamado por Bolsonaro de “ex-presidiário” e se apresentou como o “único cara que sou condenado porque sou inocente”. “A imprensa foi enganada pelo Ministério Público da força-tarefa, enganada pelo Moro. Acreditaram na mentira de um juiz e de um procurador. Eles não sabem como voltar atrás e pedir desculpa não é fácil. É para quem tem dignidade, para quem tem respeito.”

Lula voltou a atacar o orçamento secreto, esquema do governo para compra de apoio parlamentar no Congresso com recursos públicos revelado pelo Estadão. “Temos que acabar com essa podridão do orçamento secreto. Se fosse bom, seria público”, disse.

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