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Lula ironiza Bolsonaro e diz que não é presidente para ‘receber colar de pedra preciosa’; veja vídeo

O ex-presidente foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro nesta quinta-feira, 5; somadas, as penas variam entre 10 e 32 anos de prisão

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - Um dia após a Polícia Federal (PF) indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro por três crimes por conta do esquema de venda ilegal de joias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não assumiu o cargo para receber presente. Sem citar o nome de Bolsonaro, o petista afirmou que não virou presidente para “receber colar de pedra preciosa”. Veja o vídeo:

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“Quando eu estiver fazendo uma coisa errada, ao invés de você falar ‘o Lula está errando’, você tem que falar, ‘eu estou errando, eu estou errando porque o Lula é o nosso povo na Presidência da República’. Se não, não teria sentido eu ser presidente da República. Não teria nenhum sentido. Para quê? Para receber colar de pedra preciosa, para governar para os de sempre?”, disse o petista durante uma visita nas obras do Quarteirão da Educação em Diadema, na Grande São Paulo.

Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa. Somadas, as penas do delito variam entre 10 e 32 anos de prisão. Além do ex-presidente, outras 11 pessoas também foram apontadas pela PF como integrantes do esquema.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (à esquerda) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (à direita) Foto: Wilton Junior/Estadão

A investigação iniciou após uma série de reportagens do Estadão, publicadas em março do ano passado, revelarem que aliados do ex-presidente tentaram trazer ilegalmente para o País kits de joias dadas de presente pela ditadura da Arábia Saudita. O inquérito, posteriormente, descobriu que um grupo de pessoas próximas de Bolsonaro vendeu peças no exterior para fim de enriquecimento ilícito.

Entre os nomes apontados pela PF como integrantes da organização criminosa estão o do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, considerado o braço-direito do ex-presidente durante o mandato dele na Presidência, e dois ex-ministros: Fabio Wajngarten, que comandava a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e Bento Albuquerque, ex-chefe do Ministério de Minas e Energia.

O advogado Frederick Wassef, também um dos indiciados, diz que não recebeu ordens para comprar Rolex. Em sua conta no X (antigo Twitter), Fabio Wajngarten afirmou que não violou a lei, e que seu indiciamento é abusivo. “O meu indiciamento pela Polícia Federal se baseia na seguinte afronta legal: advogado, fui indiciado porque no exercício de minhas prerrogativas, defendi um cliente, sendo que em toda a investigação não há qualquer prova contra mim. Sendo específico: fui indiciado pela razão bizarra de ter cumprido a Lei!”, escreveu.

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