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Lula põe Chioro, Temporão, David Uip, Alexandre Padilha e Humberto Costa para transição na saúde

Humberto Costa fala em reativar programa Mais Médicos, mas sem estrangeiros. Grupo técnico da transição quer fazer, nos próximos 50 dias, diagnóstico detalhado sobre a situação do ministério

Foto do author André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva conclui a formação do grupo que cuidará da temática de saúde, até que seja anunciado o ministro que assumirá a pasta. O grupo será coordenado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e contará com a participação do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), do médico David Uip, ex-secretário do governo de São Paulo e dos ex-ministros Arthur Chioro e José Gomes Temporão.

Grupo de transição da Saúde será coordenado pelo senador Humberto Costa (PT-SP) Foto:

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Ao Estadão, Humberto Costa disse que a expectativa do grupo é fazer, nos próximos 50 dias, um diagnóstico detalhado sobre a situação do ministério, desde execução de programas de vacinas, até detalhamento de orçamento e medidas que devem ser tomadas no curto, médio e longo prazos.

“Nossa expectativa é muito positiva. É uma comissão de alto nível, pessoas experientes. Temos um programa de governo elaborado de pessoas que compuseram a frente de governo a Lula. Vamos fazer o desdobramento desse programa e realizar um diagnóstico”, disse Costa. “Nosso objetivo é preparar o terreno para quem vier a assumir o ministério.”

Ainda não há um nome claro sobre que ficará à frente do Ministério da Saúde, mas os quatro nomes do grupo de transição estão entre os cotados. Nesta quarta-feira, 8, o presidente eleito Lula vem a Brasília para ter encontro com as presidências da Câmara e do Senado e avançar no processo de transição.

Integrantes de 12 partidos, incluindo o PT, vão participar da equipe pelo lado de Lula. O presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para conduzir os trabalhos e definir os nomes que repassarão as informações sobre programas e projetos do governo.

Mais Médicos

O senador Humberto Costa defendeu a reedição do Programa Mais Médicos. Ele acredita deveria ser adotado um novo formato, sem necessidade de atrair profissionais do exterior. A versão original do programa foi feita para trazer médicos de Cuba e provocou reação de boa parte da categoria médica brasileira.

“Nosso programa prevê um projeto que tenha os princípios do Mais Médicos, para garantir que esses vazios assistenciais possam ser cobertos. Agora, o desenho ainda vai ser construído, porque hoje há um número de médicos significativo, houve um crescimento”, disse.

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Segundo Costa, há médicos que se formaram no exterior e que ainda não fizeram o Revalida (do diploma), há também os cubanos que ficaram no Brasil (depois que fizeram parte do programa nos governos do PT) e aqueles formados no País e ainda não foram absorvidos pelo mercado.

“Poderia se fazer um programa parecido, mas com predomínio de médicos brasileiros”, cogitou. Outra possibilidade, de acordo com ele, enfatizando que é apenas ainda uma ideia sua, é criar uma espécie de carreira para a área da atenção básica no modelo da CLT. Neste modelo, os profissionais poderiam migrar de acordo com tempo de serviço e outros parâmetros. “Essas ideias serão aprofundadas aqui e terão que passar pelo crivo do presidente”, observou.

Vacinas e programas sociais

Costa defendeu ainda que seja retomado nos programas de transferência de renda a exigência de condicionantes para recebimento do benefício como a vacinação e a realização de exames em crianças. “Nossa ideia é ter uma ação articulada com a área de assistência social, para que os benefícios de transferência de renda voltem a ter essa vinculação com a consulta de gestantes e com o cartão de vacinação das crianças”, disse ele, que é um dos cinco coordenadores da equipe de transição na área da Saúde.

Ele ressalvou que o tema ainda será discutido com a equipe de transição. “Não sei se demora para poder aplicar esses critérios. As pessoas estão passando fome, então não vamos poder condicionar, de imediato, uma coisa à outra. Mas a ideia é que isso faça parte”, argumentou.

O senador também disse que o novo governo fará um mutirão para diminuir a demanda reprimida de consultas e cirurgias causada pela pandemia. “Vamos fazer um grande mutirão com Estados e municípios, e com a compra de serviços privados, se for necessário, para atender a essa demanda reprimida.” (COM BROADCAST)

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