Lula bate recorde de Dilma, nomeia 11 ministras e promete mulheres no comando da Caixa e do BB

Recorde anterior era de nove ministérios. Governo Bolsonaro teve no máximo três ao mesmo tempo

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BRASÍLIA - O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente vai começar com uma participação feminina recorde na Esplanada dos Ministérios, se considerado todo o período pós-redemocratização, ou seja, desde 1985. Com a montagem das pastas finalizada nesta quinta-feira, 29, estão confirmados os nomes de 11 mulheres no primeiro escalão do governo. O número supera o recorde anterior de Dilma Rousseff (PT), que assumiu a Presidência em 2011 com nove ministras.

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“Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil nós tivemos tantas mulheres ministras. Nunca antes tivemos uma indígena ministra”, afirmou Lula, que fez questão de enfatizar a presença feminina no governo. O futuro presidente, que toma posse neste domingo, dia 1.º, ao citar a presença indígena, fez uma referência direta a Sonia Guajajara, deputada federal pelo PSOL de São Paulo que assumirá a pasta dos Povos Indígenas.

Na quinta-feira, foram apresentadas também Marina Silva (Meio Ambiente), Simone Tebet (Planejamento), Daniela do Waguinho (Turismo) e Ana Moser (Esporte). Além delas, o petista ainda prometeu que vai escolher mulheres para presidir a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Os nomes, no entanto, não foram antecipados pelo petista.

LULA BRASILIA DF 29/12/2022 LULA/ALCKMIN/ NOVOS MINISTROS/TRANSIÇÃO DE GOVERNO NACIONAL - OE - O presidente da república eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhado do vice-presidente da república eleito, Geraldo Alckmin (PSB) e demais autoridades, durante pronuncimento dos novos ministros do seu governo. O pronunciamento acontece nesta quinta-feira (29), no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) em Brasilia-DF. Na foto, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e a futura ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: ESTADAO CONTEUDO / ESTADAO CONTEUDO

Durante o governo do atual presidente Jair Bolsonaro, no máximo três mulheres foram ministras ao mesmo tempo, quando Flávia Arruda era a chefe da Secretaria de Governo, Tereza Cristina comandava a Agricultura e Damares Alves estava à frente da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em abril de 2021, Bolsonaro vetou um projeto de lei que visavam combater a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Lula prometeu que vai retomá-lo.

Há três semanas, quando anunciou os primeiros cinco nomes de ministros, o futuro presidente foi alvo de críticas nas redes sociais por não ter divulgado a escolha de nenhuma mulher naquele momento. No dia 9 deste mês, foram tornadas públicas as indicações de Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), José Múcio Monteiro (Defesa), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil). Na ocasião, Lula disse que ia “chegar a hora em que vocês vão ver mais mulheres e mais companheiros afrodescendentes em pé aqui”.

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Dias depois, o petista, então, apresentou a cantora Margareth Menezes (Cultura), a socióloga e atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade (Saúde), a economista Esther Dweck (Gestão), a presidente do PCdoB, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), a jornalista Anielle Franco (Igualdade Racial) e a ativista Cida Gonçalves (Mulheres).

Enquanto Lula enfatizou a questão de gênero nas declarações, as mulheres escolhidas destacaram o trabalho que terão em suas áreas de comando. “Agradeço a confiança depositada por Lula, para, juntos com a nossa mobilizada sociedade, enfrentarmos o grande desafio de resgatar e atualizar a agenda socioambiental perdida”, escreveu Marina, em rede social.

Ana Moser assumirá o Esporte, pasta que será recriada. De acordo com a medalhista olímpica, em uma publicação em rede social, ela recebeu a “missão de garantir o direito de todos ao esporte”. “Este foi o pedido: fazer uma revolução do esporte na educação, na saúde, nos municípios e na vida de todas e todos os brasileiros.”

Já Daniela do Waguinho, também em uma rede social, afirmou que não faltarão “empenho, dedicação e garra”. “A pasta do Turismo é essencial para o nosso país e para a nossa economia. Temos um grande desafio pela frente.”

Mesmo com o número recorde de mulheres, todos os ministérios que funcionam no Palácio do Planalto e trabalham diretamente com Lula serão ocupados por homens. Os petistas Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Marcio Macedo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil), e o general Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional) serão os ministros palacianos. Homens vão comandar 26 pastas.

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