ENVIADO ESPECIAL/MANAUS – Em comício em Manaus, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chamou o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), de “demente” por não ter enviado a tempo oxigênio à capital do Amazonas no auge da pandemia de covid-19. Com ligações históricas com a Venezuela, o ex-presidente agradeceu o país vizinho pelo envio do oxigênio à época.
“Quero agradecer o embaixador da Venezuela que mandou oxigênio a Manaus para salvar vidas. Apesar de o presidente da República ofender tanto a Venezuela, eles mandaram oxigênio que o demente não teve coragem de mandar”, declarou Lula no ato político. Por erros de logística do Ministério da Saúde, à época comandado pelo general Eduardo Pazuello, atrasou na entrega de oxigênio a Manaus e pacientes com coronavírus morreram asfixiados.
No discurso, com atraso de mais de duas horas, Lula destacou conquistas sociais de seus governo, mas disse ter consciência de que foi feito “pouco” perto das necessidades do povo brasileiro. “Eu quero provar se um tenente expulso do Exército não tem coragem de tratar o povo com respeito, um metalúrgicos vai voltar para tratar o povo com a decência que o povo merece”, afirmou, em tom elevado e sob aplausos da militância. Bolsonaro, na verdade, foi capitão do Exército.
“O atual presidente já veio aqui a Manaus, mas fazer motociata. Eu não vim fazer motociata, eu fui visitar a fábrica que os trabalhadores produzem motocicletas”, acrescentou, sobre a primeira agenda que teve na cidade nesta quarta-feira, uma visita à sede da Honda. “Tenho 76 anos, mas não quero deixar a vida antes de consertar esse país e a vida do povo.”
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Lula voltou a prometer que, se eleito, não haverá desmatamento ilegal ou invasão de terras indígenas. “Eu vim aqui para dizer para vocês que vamos consertar o país”, prometeu o petista. “Peço a Deus que nos dê força para conter as mentiras do nosso adversário”, finalizou.
O petista estava acompanhado de seus candidatos a governador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), e ao Senado pelo Estado, Omar Aziz (PSD), que foi presidente da CPI da Covid. Os dois são considerados peça-chave para o PT atrair o MDB e o PSD em um eventual segundo turno contra Bolsonaro.
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