Lula critica taxa de juros em ato do 1º de Maio: ‘Não controla a inflação, controla o desemprego’

Em evento das centrais sindicais na capital paulista, presidente confirmou que determinou estudos para avaliar a desoneração do pagamento da participação dos lucros dos trabalhadores

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Atualização:

A política de juros do Banco Central foi o alvo principal dos discursos das centrais sindicais e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro ato do movimento em comemoração ao Dia do Trabalhador que o petista compareceu após 13 anos.

Lula discursou ao lado do ministro do Trabalho, Luiz Marinho Foto: TABA BENEDICTO

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Sem citar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, Lula disse nesta segunda-feira, 1º, que não se pode “viver em um País onde a taxa de juros não controla a inflação, controla o desemprego”.

Ao lado de Lula no palco, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, defendeu a redução da taxa de juros e chamou Campos Neto de “picareta”. “Tem de cair a taxa de juros, tem de cair esse picareta do Campos Neto. A partir de amanhã o movimento sindical está em campanha permanente pela queda da taxa de juros”, disse.

As centrais sindicais Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical organizam pelo quinto ano consecutivo as comemorações do 1º de Maio. O principal palco é o Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, a partir das 10h, com a presença do presidente Lula, autoridades e atrações musicais Foto: FELIPE RAU

Além de tratar do aumento anunciado do salário mínimo a R$ 1.320 e da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.640, o presidente disse ter a intenção de regulamentar o trabalho em aplicativos.

Também afirmou que determinou estudos para avaliar a desoneração do pagamento da participação dos lucros dos trabalhadores, o chamado PLR, que poderia ocorrer já no próximo ano. Ele chamou de “absurdo” o pagamento de imposto sobre o Programa de Participação nos Lucros e Resultados.

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“Se o patrão não paga imposto de renda sobre lucro e dividendo, porque os trabalhadores têm que pagar imposto no PLR? Estamos estudando, quem sabe para o próximo ano. O trabalhador não pode pagar imposto de renda sobre a participação dele no lucro da empresa”, reclamou o presidente durante discurso no ato unificado das centrais sindicais realizado hoje no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

Segundo Lula, o fim da cobrança do imposto foi um pedido das centrais em reunião com ele e com Haddad.

Atos golpistas

O presidente também afirmou que todas as pessoas que “tentaram dar o golpe” durante os atos do dia 8 de janeiro, serão presas.

“Eles tentaram dar um golpe no dia 8. Todas as pessoas que tentaram dar golpe serão presas porque esse país é uma democracia de verdade”, disse durante discurso.

Lula ainda anunciou a ampliação de duas universidades federais em São Paulo e a inauguração de uma nova unidade de ensino superior.

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“Nós vamos teminar a Universidade Federal do ABC. Vamos inaugurar a Universidade Federal de Osasco. E vamos começar a fazer a universidade federal da zona leste. Quando o Haddad era prefeito, ele doou o terreno, mas não colocaram uma pedra. Pois eu vou à zona leste com o Camilo (Santana), o nosso ministro da Educação. Eu vou começar a terminar a universidade da zona leste em meu mandato”, disse Lula.

A universidade de Osasco citada por lula trata-se de um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cujas obras foram vistoriadas por Camilo Santana em março. Na ocasião, o ministro disse que a unidade deve ficar pronta até o final de junho. Atualmente, o campus de Osasco da Unifesp funciona em prédio cedido pela prefeitura.

O presidente disse que não se pode 'viver em um País onde a taxa de juros não contra a inflação, controla o desemprego'  Foto: TABA BENEDICTO

Apesar de convidado pela União Geral dos Trabalhadores, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não esteve presente no ato para ir ao Agrishow, em Ribeirão Preto, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Participaram do evento os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luiz Marinho (Trabalho), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Cida Gonçalves (Mulher).

A jornalistas, o ministro Luiz Marinho confirmou a intenção de extinguir o imposto sobre o PLR se a taxação não voltar a existir também para os empresários. O ministro também disse que, em um primeiro momento, o governo vai avaliar a regulação dos trabalhadores mais vulneráveis de aplicativos, como os entregadores, por estarem sujeitos a acidentes e mortes. “Sabemos que é complicado. Conversamos com as empresas e a preocupação delas é o enquadramento econômico. Mas para competir tem que estar nas mesmas regras, se não não tem concorrência. Tem de ter no mínimo a proteção social”.

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Questionado sobre a ausência da CSP-Conlutas no evento, que tem ligações com o PSOL, o deputado federal Guilherme Boulos disse apenas que “95% do movimento sindical estava presente” no evento.

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