Lula diz que Bolsonaro não vai voltar à presidência nunca mais: ‘perdeu’

Presidente da República afirmou que espera que a extrema-direita se adeque ao jogo democrático e normalize o comportamento institucional

PUBLICIDADE

Foto do author Guilherme Naldis
Por Guilherme Naldis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira,2, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nunca mais voltará à chefia do Executivo após perder o pleito de 2022 e se tornar inelegível até 2030. Segundo o presidente, a extrema-direita precisará se adequar ao regime democrático e ao diálogo, o que inviabilizaria candidaturas radicais como de Bolsonaro.

“Perdeu. Perdeu as eleições e eu vou contar uma coisa para vocês: não volta mais. Esse povo vai ter que aprender a gostar da democracia, vai ter que aprender a conviver de forma civilizada, de forma educada, um respeitar o outro”, disse Lula.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

PUBLICIDADE

O presidente afirmou, durante a mesma entrevista à rádio baiana Sociedade, desta terça, que espera ver os grupos de oposição aderindo à negociação política moderada e ao ideário de combate às desigualdades. Segundo o mandatário, seu sonho é ver a oposição “acordar de manhã dizendo bom dia, com um sorriso no rosto, estendendo a mão para os mais necessitados e sofridos”.

Em junho de 2023, o TSE condenou Jair Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, pela reunião com embaixadores na qual o então presidente atacou o sistema eleitoral do País.

Três meses depois, em outubro, o ex-chefe do Executivo foi condenado mais uma vez, por abuso de poder político durante o feriado de Dia da Independência em 2022. A condenação pelo Sete de Setembro se estendeu também a Walter Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro na eleição de 2022.

Publicidade

O ex-presidente e Braga Netto recorreram ao STF contra a condenação por abuso de poder político, mas tiveram o recurso negado pelo ministro Alexandre de Moraes. Em junho, contudo, o ministro do TSE Raul Araújo anulou a condenação. O magistrado avaliou o caso como “litispendência parcial”, ou seja, quando uma pessoa já foi investigada e condenada por um determinado fato. Mesmo com a reversão, Jair Bolsonaro segue inelegível até 2030.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.