Lula diz não ter ‘medo do endividamento do Estado’ e que ‘dinheiro bom é dinheiro em obra’

Ex-presidente participa de encontro com empresários do ramo da construção civil em hotel em São Paulo e faz acenos ao setor que tem interesse direto na ampliação de programas de moradia

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Eduardo Gayer

Em um aceno a empresários da área da construção civil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira, 23, que “não tem medo do endividamento” do Estado e que “dinheiro bom é dinheiro em obra”. Sem responder a perguntas de jornalistas, o petista fez um pronunciamento ao lado de líderes do ramo imobiliário. Em seguida, partiu para um encontro a portas fechadas com 50 empresários.

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“Eu não tenho medo de dívida do governo. Dívida do governo é ruim quando é feita para ficar pagando custeio. Mas dívida para construir ativo novo, uma coisa que vá dar recebíveis a esse país, é importante que a gente tenha capacidade até de fazer endividamento”, afirmou o candidato petista ao Palácio do Planalto.

Lula ainda minimizou o fato de gestores manterem o equilíbrio fiscal e deixarem dinheiro em caixa. “Tem gente que fala: a prefeitura tem R$ 5 bilhões em caixa. O governo tem R$ 10 bilhões. Dinheiro em caixa não é bom. Dinheiro bom é dinheiro em obra, em investimento. Dinheiro rendendo trabalho, salário e desenvolvimento”, declarou.

Lula participa de encontro com empresários da construção civil. Foto: Luiz Vassallo/Estadão Foto: Luiz Vassallo

O evento com empresários foi organizado pelo coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, em um hotel na zona sul de São Paulo, o mesmo onde Lula faz suas reuniões com aliados e passou sua lua de mel após o casamento com a socióloga Rosangela da Silva, em abril.

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Participaram do encontro o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, o vice-presidente do Sinduscon, Yorki Estefan, o presidente do Secovi, Rodrigo Luna, entre outros.

Lula fez um pronunciamento aos representantes de entidades em uma das salas de reunião do hotel. Em seguida, se dirigiu para outra reunião, fechada, cuja lista de participantes não foi divulgada. O Estadão, no entanto, identificou a presença de empresários como Basílio Jafet, do Secovi.

O ex-presidente chegou acompanhado do ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena seu plano de governo, e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu candidato a vice.

Os empresários que compareceram ao encontro são do ramo da construção civil e da incorporação, e têm interesse na ampliação de programas de moradia, como o Minha Casa, Minha Vida, que é uma das promessas de campanha do petista.

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Durante o evento, Lula também prometeu, se eleito, um grande programa de infraestrutura. Ele também reforçou o compromisso de retomar o PAC e o Minha Casa, Minha Vida, marcos dos governos petistas. “Pretendemos anunciar um grande programa de infraestrutura já em janeiro e anunciar a retomada do Minha Casa, Minha Vida”, declarou.

Lula afirmou ter consciência da necessidade de “adequar a taxa de juros” em um novo programa de habitação. “Adequar à possibilidade de quem quer fazer investimento e à capacidade de financiamento do Estado”, disse.

O Prerrogativas, coordenado por Marco Aurélio Carvalho, organizou um jantar, em dezembro, que marcou a primeira aparição de Lula e Alckmin juntos. Os advogados do grupo também se mobilizaram para arrecadar recursos e custear a pré-campanha. Durante um jantar com apoiadores, a tesoureira do partido anunciou a possibilidade de fazer repasses via Pix ao PT.

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