O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta, 14, ao lado do ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), que criará uma mesa de negociação para estabelecer diálogo entre trabalhadores e empresários, sob a possível coordenação do ex-tucano. “Todo mundo vai sentar na mesa e eu quero saber qual é o compromisso de cada um para melhorar a vida do nosso povo”, disse, durante encontro com representantes das principais centrais sindicais brasileiras.
“Nós queremos construir com o movimento sindical uma parceria para a gente reconstruir esse País, nós queremos chamar as centrais sindicais e queremos chamar o presidente da Confederação Nacional da Indústria, chamar o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) , o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Nós não vamos deixar ninguém fora”, declarou.
A presença de Alckmin no evento inaugura a participação do ex-governador paulista na agenda política do petista. Nesta quarta, 13, o diretório nacional do PT aprovou a indicação de Alckmin na chapa à presidência. Antes do discurso de Lula, o ex-tucano afirmou que "a luta sindical deu ao Brasil seu maior líder popular, Lula".
Lula reforçou, durante o encontro, seu compromisso com pautas trabalhistas, como aumento de salário mínimo e reajuste salarial anual. “Nós vamos reajustar o salário mínimo todo ano, de acordo com o crescimento do PIB, além da reposição inflacionária. Nós já provamos que é possível fazer isso”, afirmou. “A gente provou que aumentar salário mínimo não aumenta a inflação”, completou o ex-presidente.
“É plenamente possível fazer com que o povo possa usufruir daquilo que são as coisas que eles produzem. E é plenamente possível o Lula e o Alckmin fazerem uma chapa para reconquistar os direitos do povo trabalhador desse País”, discursou o petista durante o evento, que aconteceu sob o lema “Sindicalistas com Lula. Emprego, direitos, democracia e vida”.
O ex-presidente Lula também disse que, caso seja eleito, fará uma reforma tributária que “ leve em conta que quem ganha mais, deve pagar mais”. “Há quanto tempo não tem correção na tabela do Imposto de Renda no País em que o rico proporcionalmente paga menos imposto que o povo trabalhador desse País?”, questionou o petista.
“Uma reforma tributária que não permita que uma pessoa viva com seu salário de R$ 3,4 mil, ao ir comprar um produto para levar para casa para comer, paga o mesmo imposto que paga o presidente de um banco”, declarou, em referência à tributação sobre o consumo.
Centrais sindicais
Os sindicalistas apresentaram hoje a pauta unificada dos trabalhadores, debatida na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat-2022), realizada no início de abril. O documento formulado pelos sindicatos contém 63 propostas que visam “desenvolvimento social e econômico que supere as desigualdades, gere empregos formais de qualidade, promova crescimento dos salários, proteção social, trabalhista e previdenciária”, diz trecho.
Além de temas trabalhistas, o texto propõe a revogação de políticas defendidas pelas gestões do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os pontos, há a suspensão “de forma imediata da política de paridade dos preços internacionais adotada pela Petrobras”, o arquivamento da PEC 32, que trata sobre a reforma administrativa, e a revogação do novo Ensino Médio.
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