Lula diz que Bolsonaro incentiva ‘ativistas fascistas’ nas ruas

Presidente eleito critica postura do chefe do Executivo de contestar resultado da eleição e não reconhecer derrota

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Foto do author Beatriz Bulla
Foto do author Weslley Galzo
Foto do author André Borges
Atualização:

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro incentiva a contestação do resultado da eleição presidencial e também “os ativistas fascistas que estão nas ruas”. Nesta segunda-feira, 12, manifestantes queimaram ônibus e carros em Brasília, no mesmo dia que Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral como presidente eleito, apto a tomar posse no dia 1° de janeiro.

“Todas as vezes que eu perdi, eu respeitei quem tinha ganho. Esse cidadão (Bolsonaro) até agora não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando. Ontem (segunda-feira, 12), ele recebeu esse pessoal no Palácio do Alvorada. Ele tem que saber que aquilo é um patrimônio público, não é dele, não é da mulher dele”, disse Lula.

Grupo queimou ônibus e tentou invadir a sede da Polícia Federal em Brasília no final da noite de segunda-feira, 12 Foto: Wilton Júnior/Estadão

PUBLICIDADE

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que Lula não foi exposto a risco, quando um grupo de apoiadores do presidente tentou invadir prédio da Polícia Federal em Brasília e causou tumulto no centro da capital, região onde Lula está hospedado.

“Esse cidadão continua incentivando gente a negar (o resultado das eleições). Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema-direita, que não existe apenas no Brasil”, afirmou o petista.

“É uma figura anômala, irracional, sem coração, sem sentimentos”, disse Lula, sobre Bolsonaro. “Ele está mostrando o que ele é agora. Eu perdi três eleições e nas três voltei para casa, lamentei, chorei, me preparei para ganhar a próxima”, afirmou o presidente eleito.

Publicidade

‘A palavra correta é estrago’, diz Lula sobre dianóstico da transição

“Eu acho que teremos a radiografia perfeita do estrago que foi feito neste país. E a palavra correta é estrago”, disse Lula, sobre o diagnóstico feito pela equipe de transição.

Lula agradeceu nominalmente a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que integrou a equipe de transição. Durante a campanha, o entorno de Lula sugeria que Simone, uma aliada no segundo turno, teria espaço no governo para ocupar a pasta que desejasse. Recentemente, no entanto, os sinais são de que Simone pode não receber o ministério que deseja.

“Nunca o Estado brasileiro e duas instituições estivaram tão a serviço de um candidato, desde a proclamação da república”, disse também Lula, ao repetir o que disse com frequência na campanha ao criticar o presidente Bolsonaro pelo uso da máquina pública na campanha eleitoral. Nesta terça, Lula definiu os gastos de Bolsonaro na campanha como “a farra do boi”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.