RIO - Diante de cerca de 5 mil evangélicos, o ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou o presidente Jair Bolsonaro de “usar a religião e as igrejas” para ganhos eleitorais. À plateia reunida em São Gonçalo, município da Região Metropolitana fluminense com forte presença neopentecostal, Lula afirmou ainda que o Estado não deve ter religião nem igreja. Uma das estratégias de Bolsonaro tem sido defender pautas conservadoras de igrejas ligadas ao neopentecostalismo, em cultos e nas Marchas para Jesus pelo País.
“O Estado não deve ter religião, não deve ter igrejas”, disse Lula no encontro desta sexta-feira, 9. “Ninguém deve usar o nome de Deus para ganhar votos, como é feito hoje. Já fui candidato cinco vezes. Nunca fui pedir votos em igrejas. Se tem um brasileiro que não precisa provar que acredita em Deus, esse brasileiro sou eu.”
O petista relembrou que foi criada em seu governo a Lei de Intolerância Religiosa, em 2003. Prometeu fazer um governo sem distinção de cor, credo ou classe social. O ato eleitoral contou com a participação de pastores da Assembleia de Deus e das igrejas Batista, Quadrangular, Presbiteriana, entre outras. O encontro começou por volta das 10h, com discursos de líderes religiosos em defesa do ex-presidente Lula.
Os pastores, presbíteros e missionários evangélicos fizeram ainda uma oração pelo ex-presidente ao fim de seu discurso. Com as mãos levantadas, oraram pela vida do petista, pediram para Deus “cuidar da saúde do ex-presidente”. Também clamaram para que Lula seja eleito no primeiro turno das eleições. O ex-presidente permaneceu de cabeça baixa durante a oração.
Ex-presidente promete retomar programas sociais
Durante o comício, Lula prometeu a retomada de programas sociais que marcaram a sua gestão, como o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família e o investimento em universidades públicas. Ele também voltou a defender a ampliação de direitos trabalhistas e a criação de empregos. O petista seguiu a estratégia da campanha e priorizou questões econômicas e sociais ao falar ao eleitorado religioso.
“Colocamos o Bolsa Família no nome da mulher porque elas têm mais responsabilidade que homens (...) A Carteira Verde Amarela (proposta do governo Jair Bolsonaro) cortou direito a férias, Natal, Ano Novo. O povo precisa de garantias. Vamos voltar a ter aumento de salário mínimo todo ano”, disse o ex-presidente ao lado de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Os discursos foram intercalados com vídeos de campanha voltados para o público evangélico e apresentações gospel.
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