BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca às 7 horas desta terça-feira, 10, com destino a Pequim, onde deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping. A viagem prevista para ocorrer no final de março foi adiada por causa de problemas de saúde enfrentados pelo chefe do Executivo do Planalto. Agora, Lula pretende convidar o líder chinês para vir ao Brasil numa tentativa de fortalecer a relação com o País.
“Na China, nós vamos consolidar a nossa relação. Vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil”, disse Lula em entrevista ao programa Voz do Brasil. “A China é um parceiro hoje essencial para o Brasil e a América latina. Nós queremos fortalecer essa relação, que estava amortecida”, prosseguiu.
Ao mencionar o “amortecimento” da relação com a China, Lula argumentou que o desgaste diplomático entre as duas nações começou com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - chamado por ele de golpe - e se aprofundou durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O antecessor de Lula atacou as autoridades chinesas em seus quatro anos de governo, sobretudo no período da pandemia de covid-19 ao taxar a doença de “vírus chinês”, parafraseando o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
“A gente não quer que os chineses comprem coisa nossa, o que a gente quer é construir parceria com os chineses. É fazer parceria com os chineses em coisas que não existe”, afirmou. “O Brasil tem que voltar a ter protagonismo internacional”, defendeu.
A delegação brasileira convidada para ir à China foi a maior da história da diplomacia brasileira. Como mostrou o Estadão, a primeira lista fechada pela Presidência reunia cerca de 200 empresários, de 140 setores, toda a cúpula do Congresso, governadores e ao menos seis ministros.
A comitiva ficou mais restrita na segunda viagem, mas deve contar com ao menos 20 congressistas, além dos presidentes das maiores centrais sindicais do País.
Ao defender o papel de protagonismo do País nas relações internacionais, Lula disse ter compromissos da agenda ambiental com o Congo e a Indonésia marcados para junho. Os três países são alguns com as maiores áreas florestais do mundo. O presidente quer levar outros países da América do Sul para o evento, numa tentativa de demonstrar o protagonismo regional do Brasil.
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