Lula diz que mulher não é ‘objeto de cama e mesa’ ao defender igualdade salarial entre gêneros

Em Salvador, ex-presidente faz aceno a eleitorado feminino após receber apoio da senadora Simone Tebet

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Por Sofia Aguiar, Maria Clara Andrade e Bruno Luiz
Atualização:

Em mais um aceno às mulheres diante do apoio da senadora Simone Tebet (MDB) ao seu nome para a presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, mais uma vez, a igualdade salarial entre gêneros. De acordo com o ex-presidente, é preciso fazer valer a Constituição do Brasil: “Falta só regulamentar, as nossas mulheres querem receber os mesmos salários quando fazem o mesmo trabalho que os homens”.

“É preciso que a gente, de uma vez por todas, que a mulher não é objeto de cama e mesa, de que a mulher não é um ser de segunda categoria, de que ela tem direito de ser tratada com a decência categoria”, declarou o petista na tarde desta quarta-feira, 12, em Salvador, na Bahia.

O ex-presidente Lula durante comício em Salvador nesta quarta-feira, 12 Foto: ARISSON MARINHO/AFP

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Após o apoio público de Tebet à sua candidatura, Lula intensificou o discurso em prol das mulheres. No evento de hoje, ele afirmou que os homens precisam “evoluir” e compartilhar as tarefas domésticas com as mulheres. “Porque a mulher tem dupla, tripla; ela tem muitas funções que muitas vezes a gente não compreende”.

Em referência ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que disputa com Lula no segundo turno, ele criticou o atual chefe do Executivo que comeu uma picanha que, segundo o petista, custava R$ 1.200,00. “Enquanto nossas mulheres estão indo no açougue pegar osso ou carcaça de frango para comer”, complementou.

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Lula também prometeu fazer uma “política tributária progressiva”, caso eleito. “Nós vamos ter que fazer uma política tributária correta. Não é possível que um trabalhador que vai comprar 1kg de feijão pague o mesmo imposto que paga o presidente do Santander naquele quilo de feijão”.

O ex-presidente reiterou a proposta de seu programa de governo de aumentar a isenção do imposto de renda para trabalhadores que ganham salários de até R$ 5 mil. A isenção também chegou a ser proposta por Bolsonaro ainda em 2018, mas não foi cumprida.

“Tem muita gente ganhando pouco e muitos poucos ganhando muito”, enfatizou o ex-presidente, reforçando críticas ao atual governo, que o classificou como ausente. “Nós temos uma pessoa que exerce o cargo na Presidência que nunca se reuniu com sindicalistas, que nunca se reuniu com ninguém do movimento de mulheres, que nunca se reuniu com prefeitos e governadores”, disse.

Seguindo no discurso a favor do diálogo, Lula afirmou que “nenhum país pode ser rico se a prefeitura é pobre”. “É na cidade que aparece o problema do povo, é na cidade que está o problema da educação, do transporte, da fome, do emprego.”

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Nas considerações finais, o petista declarou que irá ganhar as eleições “porque a gente não tem governo”. Apesar de o próprio ex-presidente ter convocado a coletiva de imprensa, Lula finalizou sua fala e saiu do evento, sem responder perguntas da imprensa. “Se vocês tiverem perguntas, eu respondo no discurso ali em cima”, finalizou.

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