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Lula escala Padilha para falar de Bolsonaro e ministro diz que retorno ao País ‘flopou’

Ministro da Secretaria de Relações Institucionais disse que tentativas de criar conflitos em torno do marco fiscal não terão sucesso; direita usou as redes para tentar capitalizar volta do ex-presidente

Foto do author Weslley Galzo
Foto do author Davi Medeiros
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), foi o porta-voz do governo Lula para comentar o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao País após três meses morando nos Estados Unidos. Segundo Padilha, a recepção montada por apoiadores de Bolsonaro “flopou”, termo comumente utilizado nas redes sociais para se referir a eventos frustrantes ou que não atingiram as expectativas.

Padilha ainda chamou Bolsonaro de “líder com pé de barro” que “fugiu do País”. O ministro foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comentar o retorno do principal adversário político do governo. As declarações foram feitas em coletiva de imprensa no Senado logo após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apresentar a proposta do governo de nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a volta de Bolsonaro ao País "flopou" Foto: Wilton Junior / Estadão

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O chefe da articulação política de Lula disse que quaisquer tentativas de criar conflitos entre a situação e a oposição em torno do marco fiscal vão “flopar”, assim como a recepção de Bolsonaro.

“Esse tema do marco fiscal não é um debate entre governo e oposição. Quem quiser tentar criar um ambiente de conflito que existia no País no governo anterior vai se dar mal, não vai ter sucesso, vai flopar, como flopou a recepção do aeroporto hoje do ex-presidente que voltou ao País depois de ter fugido do País. Flopou, flopou!

Ainda segundo o Padilha, Bolsonaro “fez uma semana inteira de mobilização do País”, mas “flopou a recepção no aeroporto”. O ministro repetiu o termo “flopar” diversas vezes na conversa com jornalistas.

Padilha ironizou o resultado da mobilização a favor de Bolsonaro ao comentar que havia especulações de que o ex-presidente pudesse desfilar em carro aberto. Como mostrou o Estadão, aproximadamente 600 apoiadores compareceram ao Aeroporto de Brasília para recepcionar Bolsonaro, que foi impedido pela Polícia Federal (PF) de sair pelo saguão de desembarque, onde os apoiadores o esperavam.

O ex-presidente foi o primeiro a deixar o voo comercial vindo de Orlando e foi retirado do aeroporto pela PF por uma saída especial, onde nem parlamentares de oposição ao governo Lula puderam acessar.

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Força-tarefa

Nas redes sociais, aliados de Bolsonaro criticaram o esquema de segurança e acusaram as medidas de “impedir que patriotas” recebessem o ex-presidente. Apesar das restrições impostas no mundo off-line, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma série de postagens tentando jogar os holofotes para a volta do pai. “Hoje o Brasil acordou mais forte”, publicou.

Em outra publicação, que foi excluída, o parlamentar havia compartilhado um vídeo do retorno do ex-presidente com uma música contendo palavrões e frases de cunho sexual.

Congressistas que compunham a base do ex-presidente em seu governo também se mobilizaram para repercutir a sua volta. O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) começou o dia compartilhando fotos e vídeos ao lado do ex-presidente. “A esperança está de volta, o capitão voltou”, publicou.

Em vez de focar na volta, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), tentou capitalizar novamente a ida de Bolsonaro para os Estados Unidos e fez um vídeo destacando o trabalho executado pelo governo federal enquanto o ex-presidente estava fora. “Venha ver como o Brasil melhorou na sua ausência. O Bolsa Família voltou (...), o Minha Casa, Minha Vida também está de volta (...), o salário mínimo voltou a ter aumento real”, diz, em vídeo publicado em seu perfil.

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