Para tentar resolver o impasse na aliança entre PT e PSB no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu reforçar o apoio à candidatura do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, ao Senado. Um dia após o PSB aprovar os nomes do deputado Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Estado e do deputado Alessandro Molon para candidato a senador – o que segundo petistas vai contra um acordo firmado pelas executivas das legendas – , Lula divulgou um vídeo para deixar claro que o PT apoiará apenas Ceciliano.
“Eu estou dizendo para vocês porque vocês já sabem que o Freixo é governador, que nós temos muitos deputados, mas é importante eleger senador”, afirmou o ex-presidente. “E nós só temos um! O senador que nós temos no Rio de Janeiro é André Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa, um companheiro que fez um verdadeiro milagre como presidente da Assembleia, unificando a Assembleia, ajudando todos os prefeitos do Rio de Janeiro, ajudando as universidades e fazendo aquilo que o Estado deveria fazer e não fez”, diz Lula na gravação.
Na gravação, Lula diz ainda que é preciso escolher apenas um nome ao Senado, o de Ceciliano.
“Então, a gente não pode ter dúvida que a gente precisa escolher para senador da república André Ceciliano, companheiro do Partido dos Trabalhadores”, reforçou.
A tensão entre os dois partidos aumentou após o diretório fluminense dos socialistas confirmar Molon na disputa. Para lideranças petistas, a legenda descumpriu o acordo de retirar a candidatura para apoiar Ceciliano ao Senado. O presidente da Alerj é considerado próximo do governador Cláudio Castro (PL), e alguns o acusam de trabalhar pelo voto “CastroLula”, que misturaria o apoio à reeleição do mandatário no Estado e a volta do ex-presidente ao Palácio do Planalto.
Uma ala do PT no Rio começou uma mobilização para retirar apoio a Freixo após a decisão do PSB fluminense. Questionado sobre a possibilidade de ter dois candidatos ao Senado na chapa, como já avalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o dirigente do PT no Rio, Washington Quaquá, na quinta, 21, em São Paulo, classificou o cenário como “vergonhoso para o PT”. A convenção estadual, que ocorreria na próxima segunda-feira, 25, foi adiada até que este impasse seja resolvido.
A tensão entre os dois partidos aumentou após o diretório fluminense dos socialistas confirmar o nome de Molon na disputa. Para lideranças petistas, a legenda descumpriu o acordo de retirar a candidatura para apoiar Ceciliano na corrida pela vaga no Senado
Após a convenção estadual do PSB, o partido afirmou que o apoio ao nome de Molon não é apenas uma decisão unilateral da legenda, mas de “mais da metade da coligação”.
“A candidatura de Alessandro Molon ao Senado já conta com o apoio de quatro partidos: além do próprio PSB, também o apoiam o PSOL, a Rede e o Cidadania. Não se trata do desejo de um partido, mas de metade da coligação que já manifestou a intenção de apoiar Marcelo Freixo para o governo, além do Cidadania”, diz, em nota.
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