Lula jantará em Belo Horizonte com Walfrido dos Mares Guia, que o ajudou a se reaproximar do PIB

Empresário foi novamente encarregado de fazer a ligação entre o presidente e os empresários de Minas Gerais

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará, nesta quarta-feira, 7, de jantar em Belo Horizonte organizado pelo empresário Walfrido dos Mares Guia, apurou Estadão/Broadcast. Ex-ministro e amigo de Lula, Walfrido foi um dos empresários que o ajudou a se reaproximar do empresariado nos meses anteriores à eleição de 2022.

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O compromisso até o momento não consta da agenda oficial do presidente da República. Lula desembarcou na capital mineira às 16h05 depois de uma série de compromissos em cidades do Rio de Janeiro. A lista dos convidados para o jantar não foi divulgada, mas segundo petistas entre os chamados estão empresários mineiros que participam do “Conselhão” de Lula.

Em 2022, quando o presidente liderava as pesquisas eleitorais e deixava operadores do mercado inseguros sobre a política econômica de seu possível futuro governo, empresários como Walfrido dos Mares Guia, José Seripieri Filho e Blairo Maggi o ajudaram a reatar laços com a elite brasileira. Lula participou de jantares e conversas com empresários importantes como André Esteves (BTG), Beto Sicupira (AB Inbev), Rubens Menin (MRV) e Rubens Ometto (Cosan).

Ex-ministro Walfrido dos Mares Guia receberá Lula para um jantar com a presença de empresário em Minas Gerais Foto: Emmanuel Pinheito/Estadão

Agora, Walfrido foi novamente encarregado de fazer a ponte do presidente com o empresariado. O Estadão apurou que a organização do evento promovido pelo governo federal no Minascentro, na quinta-feira, 8, limitou os convites aos políticos e lideranças sociais para que haja mais espaço para os empresários, público que o presidente quer dialogar. Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, notório apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estará presente.

Já vereadores aliados, por exemplo, não foram convidados. Até o início da tarde, cerca de 150 prefeitos haviam confirmado presença, além de presidentes estaduais de partidos que integram a base de governo. A Associação Mineira de Municípios (AMM), presidida por um prefeito bolsonarista, disse ter sido ignorada.

A ideia é que Lula e seus ministros prestem contas das ações do governo federal para Minas Gerais. O presidente também anunciará um modelo misto de concessão para a BR-381, que é uma promessa de campanha, obras viárias para Belo Horizonte e a construção de institutos federais no Estado. Ao desembarcar, Lula foi recebido pelo prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD-MG), que quer o apoio do presidente para a sua reeleição, e também pelo pré-candidato do PT, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

O vice-governador Mateus Simões (Novo) também estava presente. Romeu Zema (Novo) está em Brasília nesta quarta-feira, onde será homenageado pelo Congresso Nacional. O governador deve se encontrar com o presidente da República na quinta-feira, 8. O encontro foi um pedido do próprio Zema, que corre o risco de ser deixado fora da negociação sobre a dívida do Estado. Quem está tendo protagonismo nessa discussão é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

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Um dos donos da Kroton Educacional, responsável pela rede de ensino Pitágoras, Walfrido dos Mares Guia foi ministro do Turismo no primeiro governo Lula (2003-2006) e deputado federal (1999-2002). No segundo mandato do petista, atuou como ministro das Relações Institucionais, mas pediu para se afastar do cargo em 2007 após ter sido acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de participar do caso que ficou conhecido como mensalão mineiro.

O esquema consistia no desvio de verbas de empresas públicas do Estado para financiar a reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), de quem o ex-ministro de Lula era vice-governador. A acusação contra Walfrido prescreveu em 2014. Já Azeredo foi condenado a 20 anos de prisão em 2015, começou a cumprir a pena, mas foi libertado em 2019 após a mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisão em segunda instância. Dois anos depois, o STF suspendeu a condenação contra ele e mandou o caso para a Justiça Eleitoral.

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