A cerimônia de leitura da carta pela democracia que acontece na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, em são Paulo, nesta quinta-feira, 11, levou à adesão de ao menos 35 universidades de 25 Unidades da Federação, que farão o mesmo ato alusivo à defesa do sistema eleitoral brasileiro. Em 21 capitais, sindicatos próximos do PT também vão promover manifestações “em defesa da Democracia e por eleições livres”.
No Rio de Janeiro, a carta será lida simultaneamente à da USP. O ato está marcado para os pilotis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O espaço abrigou grandes manifestações estudantis contra a ditadura militar em 1977.
Em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ficar de fora da cerimônia de leitura da carta pela democracia, e de atos programados pelas centrais sindicais.
O evento na São Francisco vai privilegiar a participação de juristas, mas o conjunto de atos previstos pelos sindicatos já tem prevista a presença de políticos. No entanto, a participação do ex-presidente foi descartada pelos organizadores e equipe de campanha; petistas afirmaram ao Estadão que Lula teme que sua presença faça com que os atos sejam confundidos com comícios eleitorais. A campanha só começa oficialmente no dia 16 de agosto, e advogados do PL do presidente Jair Bolsonaro e do PT têm protocolado diversas ações na Justiça Eleitoral questionando agendas dos candidatos classificadas como campanha antecipada.
Carta
O ex-presidente assinou somente nesta segunda-feira, 8, o documento produzido por integrantes da Faculdade de Direito da USP em defesa da democracia. Antes dele, outros presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), José Maria Eymael (Democracia Cristã), e Leonardo Péricles (Unidade Popular), haviam assinado a carta.
Sob condição de reserva, aliados do ex-presidente também atribuem a demora ao fato de Lula entender que a adesão poderia acabar sendo interpretada como um ato “eleitoreiro” e atrapalhar a assinatura de outras pessoas. O movimento nasceu da mobilização de juristas, mas já superou 800 mil signatários.
As manifestações são, segundo sindicalistas, uma reação a declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) que buscam pôr em xeque a segurança das urnas eletrônicas, além de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal.
Centrais como a CUT, a Força Sindical, a UGT e a CTB são signatárias do “Manifesto em defesa da Democracia e da Justiça”, ao lado de empresários, acadêmicos, advogados e outras entidades da sociedade civil.
No dia 11, sindicalistas irão às ruas em pelo menos 21 capitais do País. Em São Paulo, o ato se iniciará às 10h da manhã, na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco. E, se encerrará no vão do MASP, às 13h.
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