Lula se blinda de perguntas de jornalistas com ‘cercadinho’ e batalhão de militares do GSI

Profissionais da imprensa ficam reunidos em espaço delimitado pela Secom. Presidente é protegido por dezenas de agentes do GSI que impedem aproximação

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Foto do author Weslley Galzo
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) tem utilizado a estrutura do Palácio do Planalto para repelir perguntas de jornalistas em eventos oficiais. Nas cerimônias realizadas na sede da Presidência, os profissionais da imprensa ficam reunidos em espaço delimitado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), cujo acesso às autoridades fica impossibilitado até mesmo após o encerramento das reuniões. Além disso, a chegada e a saída de Lula é rigidamente acompanhada por um grupo de ao menos dez agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Polícia Federal (PF).

As medidas restritivas, contudo, são mais firmes com jornalistas. É normal que apoiadores e militantes consigam se aproximar do presidente para tirar fotos e pedir autógrafos após os eventos. Já os profissionais de imprensa ficam sob o cerco de seguranças que vigiam todas as passagens para impedir que repórteres se infiltrem na multidão.

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O acesso de jornalistas ao Palácio passa por rigoroso processo de inspeção de documentos pela Secom e ainda conta com o controle das credenciais emitidas pelo GSI. Em seu primeiro dia de governo, Lula disse aos profissionais de imprensa que acompanhavam os cumprimentos a líderes internacionais no Palácio do Itamaraty que não haveria mais “cercadinho”.

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro se notabilizou pela prática de confinar jornalistas nos chamadas “cercadinhos” do Palácio da Alvorada, onde os profissionais ficavam cercados por apoiadores do ex-presidente e, em muitos casos, acabavam tendo suas perguntas preteridas por questionamentos de militantes. O cercadinho do Alvorada foi removido pela gestão Lula, mas a prática de manter a locomoção da imprensa limitada se mantém no Planalto.

Nesta segunda-feira, 5, a reportagem do Estadão se posicionou no local em que passaria o presidente Lula para perguntá-lo se houve autorização da Presidência para o sogro do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, utilizar a estrutura o Ministério para despachar em agendas com empresários. Como revelou o Estadão, Fernando Fialho utilizou o gabinete do genro na Esplanada até mesmo quando a agenda oficial do ministro informava que ele estava em compromissos fora de Brasília.

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A tentativa de abordar o presidente e questioná-lo sobre as práticas de seus subordinados acabou frustrada pelo esquema de segurança do Planalto.Lula passou pelo local cercado por dezenas de seguranças, apoiadores e ministros, sem responder aos questionamentos feitos em voz alta da reportagem.

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