Lula se esquiva ao falar de participação de Tebet em governo: ‘Primeiro, precisamos ganhar’

Petista diz ser contrário ao teto de gastos; a emedebista defende a necessidade de uma âncora fiscal ao País

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Foto do author Isadora Duarte

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esquivou de responder sobre uma possível participação de Simone Tebet (MDB) em um eventual governo seu. “Não posso montar governo sem ganhar eleição. Primeiro, precisamos ganhar”, disse.

O petista voltou a se dizer contrário ao teto de gastos, medida que limita o aumento das despesas do governo à variação da inflação. “Responsabilidade não precisa ter lei, precisa ter caráter. Por isso, sou contra o teto de gastos. Fui o único presidente com superávit primário”, disse Lula. Ele também defendeu que o País possa fazer dívidas, com responsabilidade, para investimentos. Tebet, agora integrante da campanha de Lula, defende a necessidade de uma âncora fiscal ao País.

Simone Tebet manifestou apoio a Lula no segundo turno Foto: Amanda Perobelli/Reuters

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Lula vem sendo cobrado a anunciar a composição da equipe econômica, se eleito, mas não tem dado detalhes. “Se apresentar um ministro da Fazenda, perco 10; se apresentar 10, perco 100.” Durante a entrevista, o candidato falou ainda sobre implantar aumento real para salário mínimo de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e sobre a intenção de acabar com a fila do INSS, se eleito. “Você pode exigir programa econômico para quem nunca governou o País; não para partido que já governou”, fazendo referência aos questionamentos sobre o plano econômico.

O petista voltou a prometer um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em sua gestão, caso seja eleito. “Em primeiro de janeiro, chamarei todos os governadores para definirmos prioridades em infraestrutura. Precisamos discutir um novo PAC com governadores e prefeitos para a economia voltar a crescer”, disse. Lula voltou a falar também na retomada do Minha Casa Minha Vida e a ampliar investimentos em saneamento.

“Vamos voltar a fazer Minha Casa Minha Vida e vão poder pintar a casa da cor que quiserem”, disse Lula, em comparação com o atual programa do governo Bolsonaro, “Casa Verde e Amarela”. Lula também defendeu a participação dos bancos públicos em infraestrutura e no crédito para microempreendedores. “Banco do Brasil, Caixa e BNDES vão financiar infraestrutura e pequenos empresários. O Banco do Brasil vai deixar de financiar só a agricultura e vai financiar também microempreendedores. Vamos financiar cooperativas, desde cooperativa de catadores”, afirmou.

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