O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta quarta-feira, 1, as privatizações. Para o pré-candidato à Presidência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, “está tentando vender até os tapetes do Palácio da Alvorada”. “Quem quiser se meter a comprar a Petrobras, quem quiser se meter a comprar a Eletrobras, se prepare. Porque vai ter que conversar conosco depois das eleições do dia 2 de outubro”, afirmou.
Para Lula, a privatização da Eletrobras vai inviabilizar programas sociais do governo que visem a levar energia elétrica às populações carentes. “Se a gente deixar privatizar a Eletrobras, as empresas não vão tomar conta apenas do preço da energia, vão tomar conta da água dos nossos rios”, disse. “E nunca mais haverá um programa como o Luz para Todos.”
“O seu Guedes está tentando vender até os tapetes do Palácio da Alvorada, até os tapetes do Palácio do Planalto porque eles não sabem falar da palavra desenvolvimento, da palavra crescimento. Não sabe falar de educação, de cultura. Não sabe falar nada do que precisamos. é um homem que distribui armas quando este País está precisando de livros”, afirmou ainda o petista durante ato pela soberania nacional em Porto Alegre (RS).
Lula tem defendido que, caso seja eleito, uma de suas principais ações será a mudança do cálculo do preço dos combustíveis, atualmente vinculado ao dólar pela Petrobras. A ideia é retomar a forma de preço antiga, em que o valor era calculado de acordo com o custo da gasolina no País. A política que acompanha o preço do petróleo no mercado externo foi implementada durante o governo Michel Temer (MDB).
No final de maio, a Petrobras passou pela 3ª mudança de comando desde que a administração de Jair Bolsonaro começou, em 2019. O novo dirigente da empresa é o Caio Mário Paes de Andrade, quarto presidente na gestão do atual chefe do Executivo. Caio assumiu o lugar de José Mauro Ferreira Coelho, que foi indicado à presidência da petroleira em abril de 2022. Como mostrou o Estadão, a companhia gasta R$ 1,3 milhão toda vez que governo decide trocar presidente.
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