BRASÍLIA - O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, se reuniu nesta segunda-feira, 18, com representantes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Senado e da Câmara para discutir as medidas de segurança que as instituições estudam após o atentado a bomba realizado por Francisco Wanderley Luiz na praça dos Três Poderes na última quarta-feira, 13. Constam no rol de medidas a manutenção de grades e o aumento das câmeras na região.
Os encontros de Grass com os representantes das três instituição foram realizados separadamente. No STF, por exemplo, a discussão ficou centrada na manutenção provisória das grades de contenção de multidões em volta do prédio. Na avaliação do Iphan, não há problemas no uso de grades, desde que não haja instalação permanente.
A Secretaria de Segurança da Corte conduz um processo de revisão dos seus protocolos de vigilância e prevenção de ataques, por isso não apresentou ao Iphan propostas que envolvam reformas ou alteração das estruturas do patrimônio público.
“A recolocação das grades nesta semana é completamente compreensível numa perspectiva de garantir essa restrição até que o STF faça a revisão dos seus protocolos. Mas, a ideia da praça dos Três Poderes sem gradil é que ela seja um espaço de circulação, condizendo com o princípio da transparência, por isso os vidros dos palácios são transparentes, coadunando com essa lógica de maior integração das pessoas com os espaços”, disse Grass.
Já o Senado apresentou ao Iphan a proposta de instalar um tenda na rampa de acesso à chapelaria do Congresso para realizar a triagem dos veículos que acessam o edifício. O objetivo da medida é restringir a circulação de pessoas e veículos na principal entrada do prédio, que fica posicionada no subsolo, diretamente abaixo dos plenários das duas Casas. A intenção das duas Casas é restringir o acesso ao local a servidores, parlamentares e autoridades.
De acordo com o presidente do Iphan, as medidas propostas pelas instituições não comprometem o tombamento do patrimônio cultural. Ficou estabelecido nas reuniões que será estabelecido um grupo de trabalho com o Congresso para discutir melhorias nos pontos de acesso dos anexos das duas Casas. “São medidas que dizem mais respeito a acesso, controle de entrada e distribuição do fluxo de pessoas nos edifícios”, afirmou ao Estadão.
O Iphan, por sua vez, conduz um projeto em parceria com uma empresa privada contratada para avaliar as possibilidades de aumento no número de câmeras e de pontos de luz na praça dos Três Poderes. As reuniões desta segunda-feira não envolveram autoridades do governo do Distrito Federal, que são responsáveis pela segurança na praça e na Esplanada dos Ministérios.
“O Iphan coaduna com as medidas que estão sendo tomadas no sentido de preserva a vida e a segurança das pessoas que trabalham nesses prédios”, disse Grass. “A gente vai sempre trabalhar, como em outros momentos, pela conciliação entre a segurança e a preservação do patrimônio cultural”, completou.
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