Maior manifestação da história do País aumenta pressão por saída de Dilma
Alta adesão derruba discurso governista e do PT de que País está dividido, reforça pedido de impeachment e pode influenciar o TSE
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Por Redação
Na maior manifestação da história do País, milhões de brasileiros foram às ruas neste domingo, 13, em pelo menos 239 cidades nas cinco regiões, pedir a saída da petista Dilma Rousseff, 68 anos, da Presidência da República. Os protestos também tiveram como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e principal líder do PT, investigado pela Operação Lava Jato e pelo Ministério Público de São Paulo. Veja como foi a cobertura dos atos deste domingo.
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Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados, a cassação do mandato pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno.
A enorme adesão às manifestações, convocadas majoritariamente por grupos como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL), praticamente enterrou o discurso governista e petista de que o País estava dividido. À noite, após o fim dos protestos, o Palácio do Planalto divulgou nota em nome da presidente Dilma Rousseff na qual afirma que “a liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada”, diz trecho do texto assinado pela secretaria de Imprensa da Presidência.
Avenida Paulista é tomada por manifestantes vestidos de verde e amarelo
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Manifestação
A Polícia Militar chegou arestringiro acesso de pessoas à Avenida Paulista na manifestação de 13 de março. O argumento foio excesso de pessoas no loca... Foto: Daniel Teixeira / EstadãoMais
Manifestação
Foto da Avenida Paulista mostra a via tomada de manifestantes Foto: AFP / MIGUEL SCHINCARIOL
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O governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves, ambos do PSDB, foram ao protesto na Avenida Paulista. Os políticos foramhostilizadose não discur... Foto: Gustavo Lopes / Radio EstadãoMais
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Criança cumprimenta policial militar na Avenida Paulista Foto: AMANDA PEROBELLI / ESTADÃO
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Manifestantes tiram foto com agentes da Polícia Militar em São Paulo Foto: AMANDA PEROBELLI / ESTADÃO
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Manifestantes levaram bonecos da presidente Dilma e do ex-presidente Lula Foto: AMANDA PEROBELLI / ESTADÃO
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Raio entre o vão livre do Masp e a sede da Fiesp concentra o maior volume de manifestantes Foto: Gabriela Biló/Estadão
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O presidente da Fiesp Paulo Skaf defendeu nesta tarde a renúncia da presidente como caminho 'menos traumático' para o fim da crise política no Brasil Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Vão livre do Masp concentra manifestantes na tarde deste domingo Foto: Gabriela Biló/Estadão
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O juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato são alvo de homenagens no protesto deste domingo Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Manifestantes fazem ato contra o governo de Dilma Rousseff na Avenida Paulista Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Como aconteceu em atos anteriores, policiais militares são exaltados pelos manifestantes Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Bandeiras de manifestantes pedem o fim dacorrupção, a renúncia e o impeachment dapresidente Dilma e exaltam o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Concentração reúne manifestantes na Avenida Paulista Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Reivindicações se ampliam na Avenida Paulista neste domingo Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Vestidos de verde e amarelo, manifestantes carregam faixas, bonecos de alusão aDilma Rousseff e aLulae bandeiras do Brasil Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Marcado para começar às 15h, o ato contra o governo de Dilma Rousseff já recebia manifestantes desde o início da tarde Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Cartazes pedem o fim da corrupção e a saída de Dilma Rousseff da presidência Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Vendedores ambulantes faturam com a venda de bonecos em alusão ao ex-presidente Lula e à Dilma Rousseff Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Bandeiras do Brasil ilustram a Avenida Paulista na tarde desta terça-feira Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Em São Paulo, vendedores ambulantes se incorporam à manifestação na Avenida Paulista Foto: Gabriela Biló/Estadão
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É possível encontrar'panelaços' na concentração do ato contra o governo de Dilma Rousseff Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Crianças participam de manifestação na Avenida Paulista Foto: Gabriela Biló/Estadão
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'Panelaço' também integra protesto na Avenida Paulista Foto: Amanda Perobeli/Estadão
A nota de Dilma comprova uma inflexão do governo em relação ao protesto de março de 2015, quando o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, criticou os atos e disse que eles eram de “eleitores que não votaram em Dilma Rousseff”.
De acordo com institutos de pesquisa, Polícia Militar e historiadores consultados pelo Estado, os atos públicos deste domingo superaram em adesão as manifestações das Diretas Já (movimento pelo fim da ditadura entre 1983 1984) e do movimento conhecido como Junho de 2013 (série de protestos desencadeada pelo aumento do preço das passagens do transporte público).
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A maior concentração de manifestantes ocorreu em São Paulo, assim como já havia acontecido em março do ano passado, no primeiro grande protesto contra a gestão Dilma e o PT. Apesar do tom maciçamente contrário à petista e a Lula, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, e os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), todos do PSDB, foram impedidos de subir em um carro de som.
Os protestos tiveram forte apelo contra a corrupção, pela ética pública e pelo fim da impunidade. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça e que autorizou o depoimento sob condução coercitiva de Lula no dia 4, agradeceu o apoio recebido em diversos atos pelo País. Ele pediu que as autoridades e os partidos “ouçam a voz das ruas”.
Estimativas. Os protestos ocorridos neste domingo em todo o País levaram cerca de 3 milhões de pessoas às ruas nos 26 Estados e no Distrito Federal, de acordo com dados colhidos nas polícias militares estaduais.
Em São Paulo, onde foi registrada a maior manifestação do País, houve divergências de números de público. Segundo a PM, 1,4 milhão de pessoas foram à Avenida Paulista neste domingo. Já o Datafolha apontou público de 500 mil manifestantes. No protesto de março do passado, enquanto a PM estimou 1 milhão na Paulista, o Datafolha apontou 210 mil pessoas.
O público recorde de 3 milhões de pessoas também não considera o protesto realizado na cidade do Rio de Janeiro. A exemplo das manifestações ocorridas no ano passado, a PM fluminense não divulgou estimativas oficiais de público. De acordo com os organizadores do ato, cerca de 1 milhão de manifestantes participaram do protesto que se concentrou na orla de Copacabana.
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Comparação. Outras capitais também registraram público maior que o dos protestos ocorridos no ano passado. O ato deste domingo em Curitiba levou 200 mil pessoas às ruas, segundo a PM; há um ano, o público foi de 80 mil pessoas, também de acordo com dados oficiais.
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Em Florianópolis, 95 mil pessoas participaram da manifestação, ante 30 mil nos protestos de março do ano passado. Porto Alegre praticamente manteve o público de um ano atrás (100 mil) neste 13 de março (105 mil pessoas), conforme a Polícia Militar.
Também na Região Nordeste houve aumento expressivo do público registrado nos atos deste domingo em comparação aos de 15 de março de 2015. Fortaleza, a capital que teve o maior público há um ano (12 mil pessoas), neste ano reuniu 80 mil manifestantes. No Recife, neste ano, a PM não divulgou estimativas oficiais, mas os organizadores dos protestos falaram em 150 mil pessoas na capital pernambucana. Há um ano, 8 mil pessoas se mobilizaram, conforme a PM.
Em Salvador também foi registrado aumento de público. Há um ano, 10 mil pessoas se mobilizaram contra o governo Dilma; neste domingo, o público foi de 20 mil. O alcance dos protestos também superou o de março do ano passado, quando pelo menos 212 cidades de todo o País registraram manifestações. Neste 13 de março, ao menos 239 cidades se mobilizaram – os organizadores haviam convocado atos em mais de 400 municípios em todo o Brasil.
Manifestantes vão às ruas de todo o País para protestar contra o governo Dilma
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Contra a corrupção
Neste domingo (13), manifestantes vão às ruas de norte a sul do País para protestar contra a corrupção. Os principaisalvos da insatisfação sãoo govern... Foto: Wilton Junior/EstadãoMais
Rio de Janeiro - RJ
Na capital fluminense, milhares de pessoas se reúnem na praia de Copacabana para pedir o Impeachment da presidente Dilma Foto: Wilton Junior/Estadao
Rio de Janeiro - RJ
Sergio Moro é evocado durante protesto no Rio Foto:
Rio de Janeiro - RJ
Ex-presidente Lula é 'detido' em encenação na praia de Copacabana Foto: Wilton Junior / Estadao
Rio de Janeiro - RJ
Partidos políticos, não apenas o PT, tornam-se alvo dos manifestantes no Rio Foto: Wilton Junior/Estadão
Brasília - DF
Manifestantes se juntam próximo ao Congresso Nacional para pedir fim à corrupção Foto: João Sales e Silva/Você no Estadão
Brasília - DF
Apesar da seriedade do assunto, brasilienses ironizam Dilma e Lula com bom humor Foto: Andre Dusek/Estadão
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Belém - PA
Na capital do Pará, pessoas posam em frente a uma prisão com bonecos de investigados da Lava Jato; a manifestação ocorre na Avenida Nazaré, uma das pr... Foto: Tatiana Dias/EstadãoMais
São Luís - MA
De acordo com a Polícia Militar do Maranhão, 4 mil pessoas participam, pacificamente, do ato na capital São Luís Foto: Diego Emir/Estadão
São Paulo - SP
Multidão de verde e amarelo toma a Avenida Paulista, na região central da capital,para protestar contra a presidente Dilma e o governo petista Foto: Gabriela Biló/Estadão
Belo Horizonte - MG
Praça da Liberdade recebe manifestantes contra o governo na capital mineira Foto: Leonardo Augusto/Estadão
Araçatuba - SP
Índios pataxós se juntam à manifestação na cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo Foto: Patrícia Machado/Estadão
São Paulo - SP
Av. Paulista é ocupada em quase toda a sua extensão pelos manifestantes Foto: Gabriela Biló/Estadão