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Marçal confirma candidatura à Prefeitura de São Paulo e anuncia vice em convenção neste domingo

Ex-coach oficializa seu nome e busca capitalizar votos de bolsonaristas na cidade, apesar de não ter o apoio formal do ex-presidente

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Foto do author Bianca Gomes
Atualização:

O PRTB oficializa neste domingo, 4, a candidatura do ex-coach Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo, em uma convenção marcada para as 10h na Max Arena. A expectativa é que o vice seja anunciado no mesmo evento.

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Marçal entra na corrida eleitoral com um discurso de outsider e sem ter conseguido reunir apoio de outros partidos para sua coligação. O União Brasil, com quem ele flertou, acabou mantendo o apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Pertencendo a um partido pequeno, sem recursos do fundo partidário ou acesso à propaganda no rádio e na TV, o principal ativo de Marçal é sua presença na internet, onde ele conta com mais de 16 milhões de seguidores.

Com a candidatura oficializada, o ex-coach terá como principal objetivo capitalizar os votos bolsonaristas na cidade mesmo não tendo o apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está ao lado de Nunes.

O empresário tem usado a aliança pouco confortável de Bolsonaro e Nunes para se colocar como o autêntico candidato bolsonarista da eleição paulistana. Em junho, ele chegou a publicar nas redes sociais um encontro que teve com o ex-presidente em Brasília, ocasião em que recebeu a medalha de “imbrochável”, “imorrível” e “incomível”.

Pablo Marçal, pré-candidato a prefeito de São Paulo Foto: @pablomarcal1 via Instagram

A foto de Marçal ao lado de Bolsonaro pressionou a campanha de Nunes a aceitar o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo como vice na chapa do prefeito, tamanho o receio em perder a aliança com o ex-presidente.

Como mostrou o Estadão, em meados de junho, outro episódio causou alvoroço na campanha de Nunes: uma suposta reunião de Marçal com a bancada do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o que levou até o ex-presidente Jair Bolsonaro a acionar aliados para que não comparecessem ao encontro. Marçal foi à Casa mesmo assim.

O próprio ex-presidente ajuda a alimentar a narrativa de Marçal: no mês passado, Bolsonaro usou sua lista de transmissão no WhatsApp para enviar a aliados próximos um vídeo do ex-coach defendendo-o no caso das joias durante uma sabatina realizada pelo site UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo. Bolsonaristas ouvidos reservadamente pelo Estadão interpretaram o vídeo de Marçal como um sinal de possível insatisfação de Bolsonaro com a defesa feita pelo prefeito Ricardo Nunes, seu candidato na capital, diante das acusações envolvendo o ex-presidente.

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A estratégia de Marçal, por enquanto, está rendendo frutos. Na última pesquisa Genial/Quaest, publicada na terça-feira, o prefeito de São Paulo conta com 35% das intenções de voto entre os eleitores de Bolsonaro, enquanto Marçal atinge 27% desse segmento, impedindo um crescimento mais expressivo de Nunes.

Pré-campanha envolta em polêmicas

Marçal fez uma pré-campanha cercada de polêmicas. Ele foi criticado após atacar a candidata do PSB, Tabata Amaral, em duas ocasiões: primeiro, alegando que ela não poderia ser prefeita por não ser casada e não ter filhos; depois, insinuando que o pai da deputada federal se suicidou porque ela foi estudar em Harvard, nos EUA.

O ex-coach tem um passado que foi resgatado por adversários na pré-campanha e deve continuar a assombrá-lo. Um dos episódios envolve uma expedição que Marçal liderou até o Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, em janeiro de 2022, quando as 32 pessoas que o acompanhavam precisaram ser resgatadas por uma operação dos Bombeiros.

Durante a campanha, como revelou o Estadão, Marçal usou helicóptero e funcionário de sua empresa em agendas, prática que, segundo especialistas, pode gerar questionamentos judiciais.

Além de Marçal, seu partido, o PRTB, também enfrenta uma crise, com ex-integrantes tentando remover o presidente da legenda, Leonardo Avalanche, do comando da sigla. O PRTB também se tornou o primeiro partido em São Paulo a ter como presidente um indiciado por associação para o tráfico e organização criminosa.

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