Marçal promete diálogo com Tarcísio e Lula e defende agressividade como necessária na campanha

Em sabatina, candidato também apoiou o assessor Nahuel Medina, que agrediu marqueteiro de Nunes no debate, e afirmou que só tiraria ele da campanha se Duda Lima e Datena também saíssem

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Foto do author Hugo Henud

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, afirmou nesta quarta-feira, 25, durante sabatina no SP1, da TV Globo, que buscará uma relação colaborativa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – com quem teve rusgas ao longo da campanha –, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso seja eleito.

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“Ele (Tarcísio) sabe o respeito que eu tenho e quando terminar essa eleição, ele já sabe que vai ter um grande companheiro para tocar as obras dessa cidade, tem um respeito muito grande por você, Tarcísio. Gosto muito dele. [...] Vai ter 208 chamadas no celular de Lula. Vou ligar, vou envolver. Eu sou um republicano, então não existe essa intolerância”, disse.

Marçal ainda apontou que o clima agressivo de sua campanha ajuda a captar a atenção do eleitorado, especialmente diante da falta de espaço na propaganda eleitoral e da ausência de recursos do Fundo Partidário.

“Acredito sim. Sabe por quê? Porque você acabou de entrar aqui pra assistir a esse programa e viu a propaganda do Ricardo e a propaganda do Boulos. Eles estão gastando mais de R$ 100 milhões de dinheiro público, e eu estou em um jogo desigual, numa eleição onde não tenho nem um real de dinheiro público, não tenho coligação política com ninguém, não estou devendo a prefeitura para ninguém. Eles usaram o rádio e a televisão, vocês ouviram, me vinculando ao PCC, mas quem é ‘tchutchuca do PCC’ é o Ricardo Nunes, comprovadamente, com inquérito aberto pela Polícia Federal”, afirmou ao ser questionado se o tom agressivo adotado por ele ajuda o eleitor a escolher seu candidato.

Apesar das falas de Marçal, não há investigações sobre qualquer ligação de Ricardo Nunes com o PCC. O que há são apurações de que duas empresas de ônibus que prestam serviço na capital serviriam para lavar dinheiro das organizações. As duas, Transwolf e UpBus, estão sob intervenção por decisão da Justiça.

Candidato Pablo Marçal (PRTB) afirmou que é "republicano" e que, por isso, defendeu diálogo com Tarcísio e Lula Foto: Tabata Benedicto/Estadão

Em seguida, Marçal reiterou seus ataques a Ricardo Nunes (MDB), afirmando que, caso seja eleito, o atual prefeito será preso. As declarações contra Nunes resultaram na expulsão do ex-coach no último debate promovido pelo Grupo Flow.

“Por falar a verdade, fui expulso porque eu falei uma promessa de campanha... que eu vou prender o prefeito Ricardo Nunes. Ele e mais 100 que estão envolvidos em tirar as merendas das nossas crianças nas escolas públicas. E aí, de forma injusta, sem usar da isonomia, o Carlos Tramontina, infelizmente, me interrompeu enquanto eu falava”, disse.

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Marçal se refere às investigações sobre a Máfia das Creches, que gerou indiciamento de 100 pessoas por parte da Polícia Federal. Nunes não está entre os indiciados. Contudo, a PF pediu que houvesse a continuidade das investigações, com um inquérito contra p prefeito. Nunes, porém, já reforçou diversas vezes que não sofreu nenhuma acusação e afirma que todos os repasses à sua conta correspondem a serviços prestados.

Quanto à confusão no final do debate, Marçal defendeu seu assessor, Nahuel Gomez Medina, que agrediu o marqueteiro Duda Lima, integrante da campanha de Nunes. O ex-coach afirmou que Medina agiu em legítima defesa após ser agredito por Lima.

“Ele [Duda Lima] empurrou e bateu no peito do meu assessor. Meu assessor, conforme o artigo 25, em legítima defesa, acabou reagindo. Inclusive, já deixo claro que a permanência dele [Medina] na campanha está condicionada à saída do Datena e do Duda Lima, já que eles começaram essa confusão toda”, rebateu.

Marçal se posicionou ainda sobre sua mudança de postura em relação ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, afirmando que é necessário apurar as denúncias antes de fazer “ilações”. Áudios divulgados pela Folha de S.Paulo mostraram Avalanche em conversas nas quais ele menciona ter ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Pegaram uma gravação, né, e a gente não sabe o teor dessa gravação, ou a credibilidade dessa gravação, para tentar parar a minha candidatura. Ele suportou todas as pressões pra me manter nessa candidatura. Então, aqui, meu extremo respeito a ele. Se ele realmente faz parte de qualquer coisa, ou cometeu qualquer crime, que pague; eu serei o primeiro a publicar e dizer: parabéns pela justiça que foi feita. Não faz sentido nenhum criar ilações contra as pessoas no meio de uma campanha eleitoral. Se tiver devendo, que pague”, completou.

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